O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, está se preparando para lançar um programa de locação incentivada de imóveis no centro da cidade de São Paulo para pessoas que trabalham na região, mas moram em regiões periféricas da cidade. Previsto para os próximos meses, o programa faz parte de um conjunto de iniciativas do governo Tarcísio para revitalizar o centro da cidade.
"Para recuperar a região central, que não é só a Cracolândia, precisamos ter mais gente morando no centro. Para isso, precisamos de diversas soluções e modalidades para viver no centro", diz Police Neto, subsecretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do estado de São Paulo.
O estado vai aportar um volume de recursos para que a locação de unidades habitacionais sejam acessíveis à renda dos trabalhadores da região. A ideia é contar com a iniciativa privada para disponibilização das unidades habitacionais para locação, seja por meio de construção de novos prédios ou de Retrofit, processo que restaura prédios antigos para torná-los habitáveis, porém preservando sua arquitetura original.
"Cada empresa vai se adaptar a sua necessidade. Aquelas que precisam manter ativo em patrimônio, por exemplo, podem reservar uma parte dos conjuntos para venda e outra para locação dos imóveis no centro de São Paulo", diz Police. "E ao invés de o município ou o estado dar subsídio no transporte e pagar todos meses R$ 200, R$ 300 para a pessoa morar na periferia, o estado paga esse mesmo valor para ela morar na região central", complementa.
De acordo com o subsecretário, o início do programa pode gerar um investimento do estado um pouco maior do que se gasta com os subsídios do transporte, porém esse valor deve se reduzir com o tempo. "As pesquisas que embasam projetos como esse mostram que rapidamente esse incentivado reduz a necessidade de suporte de recurso público. Quem mora na periferia subsidiado pelo transporte vai precisar do subsídio a vida inteira, porém aqueles que vêm para a região central rapidamente conseguem evoluir do ponto de vista econômico financeiro, abandonando a necessidade de subsídio", diz ele.
Modelos de moradia flexíveis
Police lembra, ainda, que não existem em São Paulo políticas públicas de incentivo à locação, mas apenas de compra de imóveis, como o Minha Casa Minha Vida, do governo federal; o Casa Paulista, do governo estadual; e o Pode Entrar, da prefeitura de São Paulo. O incentivo à locação, portanto, funcionaria para famílias que buscam ter mais flexibilidade de moradia ao longo da vida.
"Em economias consolidadas, como a norte-americana ou o velho continente europeu, as pessoas trocam de imóvel de seis a oito vezes. No Brasil é 1,2 vez, ou seja, fica com o mesmo imóvel da data da compra até quando se está prestes a morrer. Mas cada momento da vida tem uma necessidade e os modelos de locação se adaptam a isso", diz ele. "Precisamos começar a pensar em dar liberdade para a sociedade, até porque a compra e a venda de imóveis implica em custos como corretagem e imposto sobre transmissão do bem", adiciona.
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