A cidade de São Paulo amanheceu nesta terça-feira (28) com a paralisação de parte dos serviços de transporte de passageiros no metrô e nos trens da capital, em uma greve contra o pacote de privatizações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Principal alvo da desestatização no estado, a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) também teve as atividades paralisadas pelos movimentos sindicalistas.
"Estamos trabalhando para minimizar os impactos de mais uma greve ilegal e abusiva que tenta colocar a população como refém de uma pauta política e corporativista”, rebateu o governador paulista, que enfrenta a quarta paralisação de sindicatos desde o início do mandato neste ano.
As linhas 8 e 9 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e as linhas 4 e 5 do metrô seguem funcionando por serem operadas pela iniciativa privada. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) faz parte do movimento grevista e reivindica um plebiscito para que a população vote se é a favor da privatização da Sabesp e de parte do metrô, além de “catraca livre”, ou seja, isenção da tarifa do transporte nesta terça-feira.
Em resposta, a gestão estadual, que não liberou as catracas sob justificativa de caos e tumulto nas linhas em operação, disse que não abrirá um plebiscito para a privatização da Sabesp, conforme previsto no plano de governo.
“Uma minoria que não se constrange em impor prejuízo e sofrimento a milhares de trabalhadores por puro oportunismo. Não é só egoísmo, é irresponsabilidade e crueldade com quem depende do transporte público", postou Freitas no Instagram.
Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, o governador disse que não irá recuar com o pacote de privatizações no estado de São Paulo. "As desestatizações, os estudos para concessões, não vão parar, não adianta fazer greve com esse mote. Nós vamos continuar tocando porque nós dissemos que faríamos isso. A operação da Sabesp vai acontecer ano que vem, podem ter certeza disso, e vai ser um grande sucesso."
Em Santo André, na porta de uma das estações da CPTM houve confusão, um passageiro arrancou o celular de um grevista e jogou no chão. Na sequência, os membros do sindicato fizeram ameaças e coagiram o passageiro. O tumulto ocorreu por volta das 7h30.
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a capital chegou a registrar mais de 340 km de congestionamento às 7h na manhã desta terça. Em dias normais, a média para o horário é de 260 km.
O projeto de lei que autoriza a privatização da Sabesp está na pauta da sessão desta terça-feira na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), onde começará a ser discutido pelos deputados estaduais. A previsão é que depois de cumprir as horas mínimas de debate, segundo o regimento da Casa, a matéria volte ao plenário nas próximas sessões para votação.
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