A Polícia Federal irá investigar o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), no caso que ficou conhecido como a “máfia das creches” pela suspeita de pagamento indevidos a uma entidade que mantinha contrato com a atual gestão da capital paulista. De acordo com informações do Estadão, o prosseguimento da investigação foi autorizado pela juíza Fabiana Alves Rodrigues, da 8.ª Vara Criminal Federal de São Paulo.
“Caberá à autoridade policial extrair as cópias dos documentos que entender necessários para instauração dos novos inquéritos”, aponta a magistrada, que negou o pedido da defesa para arquivamento do processo. Os advogados de Nunes alegaram que o desmembramento do processo tinha “caráter político e eleitoreiro”.
Segundo o jornal, a autorização permite diligências para continuidade da investigação que apura a suspeita de desvios na Associação Amiga da Criança e do Adolescente (Acria). “O contexto apurado sugere que os fatos supostamente ilícitos envolvendo a Acria podem de fato ter contado com a participação do requerente Ricardo Nunes”, afirma a juíza.
De acordo com a PF, o “pedido de desmembramento do feito é a melhor estratégia investigativa, tendo em vista a quantidade de fatos já investigados e comprovados nos autos principais e para evitar atraso na continuidade da persecução penal em relação aos demais investigados”.
“Torna-se necessária a instauração de novo inquérito policial para esclarecer os fatos suspeitos apurados ao longo das investigações, razão pela qual eventual pedido de arquivamento somente poderia ser analisado quando finalizada a nova investigação”, afirmou o Ministério Público Federal (MPF) em parecer favorável ao desmembramento das investigações conduzidas pela PF.
Conforme o Estadão, a presidente da Acria, Elaine Targino da Silva, foi indiciada na primeira fase do inquérito. Ela teria sido registrada como empregada da empresa Nikkey Serviços, que tem como sócias Regina Nunes e Mayara Nunes, mulher e filha do prefeito. Ao todo, a Acria movimentou R$ 162 milhões e recebeu R$ 49,8 milhões da Prefeitura.
Nunes declarou que nada foi comprovado em aproximadamente cinco anos da investigação, que foi concluída em agosto com 116 indiciados, sem o nome do atual prefeito de São Paulo. “Portanto, é de se estranhar tal decisão num processo em que o prefeito já prestou todos os esclarecimentos às autoridades. Por fim, reitera que não há nenhuma relação dele ou de sua empresa com a empresa envolvida em suposto ilícito”, rebate.
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