A Justiça aceitou nesta segunda (17) a denúncia do Ministério Público (MP) e tornou réus seis acusados de envolvimento na execução de Vinicius Gritzbach, delator do PCC, em 2024 no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos. Entre os denunciados estão três policiais militares presos, apontados como executores do crime, e outros três homens ainda foragidos, sendo dois considerados mandantes.
Os seis também responderão pela morte de um motorista de aplicativo atingido no atentado e pela tentativa de homicídio de duas vítimas feridas por estilhaços dos disparos. A decisão foi tomada pela Vara do Júri de Guarulhos, que também converteu os mandados de prisão temporária dos acusados em preventivos, sem prazo determinado.
O juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo justificou a medida citando que “há sérios indícios do envolvimento dos réus em crime hediondo, que coloca em constante desassossego a sociedade, contribuindo para desestabilizar as relações de convivência social”.
De acordo com o MP, os policiais militares denunciados tinham relação com a execução de Gritzbach e atuaram em conluio com a facção criminosa. As acusações incluem quatro qualificadoras: motivo torpe, meio cruel, emboscada e uso de armamento restrito.
A promotoria ainda avalia se os acusados serão indiciados por associação criminosa. O promotor Rodrigo Merli afirmou que o caso está “parcialmente concluído”, mas destacou que “não afastamos a possibilidade de outros vários poderem ou não estarem envolvidos”.
As defesas do tenente Fernando Genauro, do cabo Denis Martins e do soldado Ruan Rodrigues negam as acusações e alegam que eles não estavam no aeroporto no momento do crime. Os advogados prometem apresentar provas no decorrer do processo.
Conforme a investigação, Denis e Ruan teriam sido os executores do assassinato, enquanto Fernando dirigia o carro usado na fuga. O caso também levou à prisão de 14 policiais militares suspeitos de atuar como seguranças ilegais de Gritzbach, conforme decisão da Corregedoria da PM.
A investigação da Polícia Civil aponta que o delator foi morto por vingança após expor esquemas de lavagem de dinheiro da facção. Em troca da colaboração com a Justiça, ele receberia a promessa de responder apenas por corrupção, e não por associação criminosa.
Segundo a promotora Vania Caceres Stefanoni, ainda há aspectos do caso a serem esclarecidos. “Se existem outras pessoas envolvidas, existe outra parte dessa história a ser contada”, afirmou. Caso condenados, os acusados podem pegar penas que somam até 100 anos de prisão.
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