A inclusão do projeto do Trem Intercidades (TIC) Eixo Norte do governo de São Paulo no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal e a necessidade apontada pelo mercado para reavaliar o projeto - que estava estacionado havia três anos - fez o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) recuar momentaneamente.
O Trem Intercidades ainda está na relação de leilões na Bolsa de Valores (B3) previsto para 28 e novembro, mas deverá ser adiado para janeiro do ano que vem, segundo previsão da Secretaria e Parcerias e Investimentos (SPI).
O governo de São Paulo também pretende buscar investidores estrangeiros para o projeto orçado, em um primeiro momento, a R$ 12,8 bilhões para construção e modernização da estrutura férrea no percurso de São Paulo a Campinas. São cerca de 100 quilômetros que devem ser percorridos em pouco mais de uma hora, passando pelos municípios de Jundiaí, Louveira, Vinhedo e Valinhos. Entre as medidas a serem adotadas está a revisão do edital. A Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) destacou à Gazeta do Povo que um novo edital deverá ser publicado em setembro.
Um possível financiamento de R$ 5,4 bilhões entre o governo de São Paulo e o Bando Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também está entre as possibilidades de aporte de recursos para o projeto. O governador e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, iniciaram as tratativas sobre o assunto.
“O projeto (Trem Intercidades - TIC Eixo Norte) está qualificado no Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP) e é parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)”, disse a secretaria ao destacar que, após diálogo com interessados, o governo paulista optou pela prorrogação da data do leilão.
O órgão confirmou que essa prorrogação não vai afetar o cronograma final de entrega. “Com isso, será possibilitado ao setor privado estudar o projeto, aumentando a competitividade do pregão”, completou.
Trem Intercidades pode transportar 60 mil passageiros por dia
O projeto de mobilidade urbana e de infraestrutura para logística de transportes no estado de São Paulo prevê a ligação férrea neste trecho entre a capital e Campinas. O estado espera início das obras para 2024. A expectativa é que o Trem Intercidades beneficie diretamente cerca de 60 mil passageiros/dia, além de facilitar o deslocamento de cargas sobre trilhos.
Segundo o governo, o projeto vai “ampliar as oportunidades de investimento, de emprego, de desenvolvimento tecnológico e industrial, em harmonia com o desenvolvimento social e econômico de São Paulo”.
Além de implementar dois ramais novos neste programa (TIC e TIM), o governo planeja uma revitalização da Linha 7-Rubi, que atualmente é operada pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e interliga as estações Barra Funda e Jundiaí, com outras paradas na capital paulista e nas cidades da região metropolitana impulsionando o fluxo de pessoas e de cargas. A estimativa é que o TIM comece a operar em 2029/2030 e o TIC até 2033. O período de concessão será de 30 anos a partir do início da operação comercial do trecho.
O edital à concorrência internacional nº 1/2021 que foi publicado em março deste ano, mas que será revisado e republicado mês que vem, prevê início pela prestação do serviço público de transporte de passageiros sobre trilhos do TIC Eixo Norte do Estado de São Paulo envolvendo a construção e operação dos serviços do Trem Intercidades (Serviço Expresso - TIC); do Trem Intermetropolitano (Serviço TIM) e da operação, manutenção e obras, com melhoria do desempenho e da qualidade do serviço da Linha 7 - Rubi da CPTM, entre as Regiões Metropolitanas de São Paulo e Campinas.
Mobilidade e eficiência
Além das vantagens na mobilidade urbana para mais de 15 milhões de pessoas em 11 munícipios, o empreendimento do Trem Intercidades deve gerar cerca de 10,5 mil empregos diretos, indiretos e induzidos e terá como grande filão a redução das emissões de CO2 e a segurança viária na região.
O programa prevê quatro linhas operando nas principais regiões do estado: Eixo Norte (que agora promete ir a leilão em janeiro de 2024), de São Paulo a Campinas; Eixo Sul, que seguirá da capital até a região de Santos, no litoral, passando por ABC e Cubatão; Eixo Oeste, com trajeto de São Paulo até a região de Sorocaba, passando por São Roque; e Eixo Leste, da capital a Pindamonhangaba, passando por São José dos Campos e Taubaté. Os estudos em andamento, para a próxima etapa do programa, correspondem à interligação entre a capital paulista e Sorocaba, constituindo o Eixo Oeste do TIC.
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