Rodovia Raposo Tavares liga a região oeste de São Paulo à capital no estado.| Foto: Divulgação/Governo de São Paulo
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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), confirmou o leilão do Lote Paranapanema para o mês de julho deste ano na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Esse lote é a grande aposta do governo paulista para transformar a SP-270, mais conhecida como Rodovia Raposo Tavares, em um novo corredor de escoamento do agronegócio do próprio estado e da região Centro-Oeste brasileira.

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Esse lote liga os 213 quilômetros entre os municípios de Ourinhos e Itapetininga pela Raposo Tavares e outros 72 quilômetros de outras rodovias estaduais: SP-189, SP-278, SPA-204/270, SPA-245/270, SPA-326 e SPA-312. A estimativa de investimentos para 30 anos de concessão é de R$ 5,7 bilhões.

Esse valor foi atualizado em março com a inclusão de novas intervenções sugeridas em consulta pública e acatadas pela Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) de São Paulo — o valor anterior era de R$ 4,7 bilhões. O edital deve ser publicado neste mês de abril.

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A Secretaria de Parcerias em Investimentos ainda não atualizou as informações do R$ 1 bilhão adicional, mas até então os investimentos previstos contavam com 147 quilômetros de duplicação, 13 quilômetros de marginais, 56 quilômetros de alargamento ou implantação de acostamentos, além de novas passarelas e pontos de ônibus. Com isso, todo o trecho da Raposo Tavares nessa concessão será duplicado e se juntará aos lotes Nova Raposo e Rota Sorocabana, que foram arrematados em novembro do ano passado e já estão em operação pelas novas concessionárias EcoRodovias e CCR, respectivamente.

Na configuração futura, totalmente duplicada, a Raposo Tavares será uma opção competitiva para os transportadores que hoje optam por desviar pela Rodovia Castello Branco (SP-280) a partir de Ourinhos até São Paulo, estrada que é duplicada e trafega com mais velocidade. A imprevisibilidade de Raposo Tavares, uma das mais perigosas do estado, entrega à rodovia “concorrente” boa parte do tráfego que entra em São Paulo pela divisa com o Mato Grosso do Sul, em Presidente Epitácio.

Lote Paranapanema vai dividir tráfego no sentido capital

A expectativa do governo de Tarcísio Freitas é que a qualificação do Lote Paranapanema, junto com a Nova Raposo e a Rota Sorocabana, seja capaz de aumentar o fluxo na Raposo Tavares e retirar a pressão sobre a Castello Branco, que apresenta vários trechos com lentidão, especialmente na região de Barueri.

Queremos oferecer duas opções para o caminhoneiro e para quem está fazendo esse escoamento de produtos, que na maior parte das vezes tem como destino o porto de Santos”, diz a diretora da Companhia Paulista de Parcerias (CPP), Raquel França Carneiro.

Nos três lotes estão previstas requalificações de rodovias próximas a São Paulo, como a própria Raposo Tavares na região de Cotia, e a construção de uma ligação entre Cotia e Embu das Artes. São intervenções que permitirão uma conexão mais rápida ao Rodoanel, facilitando o escoamento de produtos, seja para Santos ou mesmo para Paranaguá (PR), pela Régis Bittencourt.

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Além disso, com mais vias marginais, sem cobrança de pedágio, há uma segregação do tráfego. “Quando tem essa separação entre o tráfego de longa distância e as vias marginais que acessam o comércio e as moradias, a gente reduz significativamente essa turbulência e torna o corredor atrativo para quem está fazendo essas viagens de longa distância”, acrescenta Raquel.

Juntos, os três lotes que impactam diretamente a Raposo Tavares somam investimentos de R$ 22,4 bilhões em 837 quilômetros de rodovia.

Setor produtivo espera mais agilidade e menor custo

O Lote Paranapanema é uma demanda antiga do setor produtivo de São Paulo e, consequentemente, do agronegócio do Centro-Oeste. A lógica é simples: quanto mais rodovias duplicadas e que trafeguem mais rapidamente, menor o tempo na estrada e mais baixo o custo logístico. No fim, há um aumento na competitividade e um fomento por novos investimentos ao longo da Raposo Tavares.

De acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, há também o aspecto da segurança viária atrelado à perspectiva de reduzir as oportunidades para o cometimento de crimes. Com constantes paralisações por acidentes ou mesmo por lentidão em trechos de subida, são registrados assaltos de caminhões. Com menos chance de paralisação e tráfego correndo de forma fluida, a tendência é de que o preço do seguro das cargas também caia.

“Com todas essas modificações que vão ocorrer na nova Raposo, você vai conseguir fazer o escoamento desses caminhões com muito mais rapidez, com mais agilidade, economicidade e menos poluição”, projeta Meirelles. “Essa jogada que o governador fez com a Nova Raposo Tavares sem dúvida nenhuma vai trazer uma viabilidade macroeconômica para o estado muito grande”, complementa.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]