Em entrevista realizada nesta terça-feira (30) à CBN Recife, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou que estaria tentando interferir para que Tabata Amaral (PSB) desista de sua pré-candidatura à prefeitura de São Paulo para apoiar o pré-candidato aliado do PT, Guilherme Boulos (PSOL). De acordo com reportagem publicada no último domingo no jornal Folha de S. Paulo, aliados de Lula e dos líderes do PSB estariam cogitando oferecer um Ministério a Tabata, possivelmente de Ciência e Tecnologia, em troca do apoio a Boulos.
"É uma desfaçatez de quem fez a matéria. Primeiro porque não conhece a minha relação com a Tabata, eu tenho uma relação de muito respeito. Uma jovem que tem um futuro político nesse país e eu jamais iria tentar corrompê-la com um cargo para ela não ser candidata à prefeita. Ela sabe o que ela pode fazer, ela tem noção do que é São Paulo", disse ele.
"Se ela quiser ser candidata à prefeita, e ela vai ser porque ela tem um partido político que vai decidir, não é o presidente Lula que vai impedir. Todo mundo sabe que eu tenho um candidato em São Paulo que é o Boulos, já da outra vez. Todo mundo sabe que eu trabalhei para que a Marta Suplicy voltasse para o PT, dia 2 agora de fevereiro. E ela vai ser candidata a vice do Boulos", complementou.
Em suas redes sociais, a pré-candidata agradeceu Lula pela declaração, por quem afirmou ter "grande respeito".
Elogios a João Campos, namorado de Tabata, de olho na indicação a vice
Na entrevista, Lula também destilou elogios a João Campos, prefeito de Recife (PSB) e namorado de Tabata Amaral, que lidera com folga as pesquisas de intenção de voto para a prefeitura da cidade. Lula quer fazer uma aliança com Campos e indicar o vice da sua chapa.
"Eu acho que nós temos que trabalhar a nossa aliança com o PSB com muito carinho a nível nacional", disse Lula. "Eu acho que o João Campos tem clareza de que é importante uma aliança com o PT, então o que eu espero é que eles façam uma composição de chapa, eu acho que eles tem que se acertar em Pernambuco porque eu não tenho nome para indicar", complementou.
O ex-presidente afirmou, ainda, que é preciso ouvir João Campos para saber se ele será candidato a governador em 2026, pois neste caso "quem for candidato a vice será prefeito de verdade" e os nomes indicados seriam diferentes caso Campos não deixe a prefeitura para disputar o governo de Pernambuco.
Lula não economizou elogios ao político: "O companheiro João Campos está tendo um trabalho extraordinário, ele é uma surpresa agradabilíssima pro povo de Recife. Um jovem talentoso. Eu acho que ele tem ao mesmo tempo ele tem a matutês do avô, do Miguel Arrais, e tem a sabedoria do Eduardo Campos, ele é muito preparado politicamente. Ele é um extraordinário gestor, ele é competente para montar uma equipe, ele tá com a cabeça política muito no lugar. Eu acho que vai ser possível a gente construir assa aliança."
Lula se coloca como defensor da 'democracia' e contra o 'ódio'
Lula falou ainda que, caso Tabata dispute o segundo turno com Guilherme Boulos em São Paulo, "aí sim vai ter divergência" entre eles, mas afirmou que apoiará Tabata no segundo turno seguindo no discurso de que é preciso "derrotar o bolsonarismo na cidade de São Paulo". Ao longo da entrevista, o presidente usou da estratégia de manter a polarização entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se colocando como o defensor da democracia e rotulando os bolsonaristas como os portadores do ódio.
E defendeu a polarização nas eleições: "Eu acho bom que tenha polarização, nós somos uma sociedade viva. Essa polarização deve acontecer nas capitais, quem é o candidato bolsonarista e quem não é o candidato bolsonarista. Em São Paulo será muito visível isso, possivelmente. Não sei se em Recife vai ter candidato bolsonarista, se tiver a cobra vai fumar", afirmou.
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