O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Nunes Marques encaminhou à Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) a notícia-crime contra Tarcísio de Freitas (Republicanos) pela entrevista concedida no dia da votação do segundo turno, quando o governador de São Paulo afirmou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) indicou o voto em Guilherme Boulos (Psol), na capital do estado.
O ex-candidato a prefeito de São Paulo, que teve o apoio de Lula (PT) e foi derrotado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), apresentou a petição criminal contra o governador paulista no TSE.
Segundo o despacho do ministro Nunes Marques, o deputado federal psolista defende a responsabilização de Tarcísio e do prefeito reeleito pela conduta de “alto potencial lesivo” pela importância do cargo ocupado pelo governador e a “enorme repercussão nos veículos de comunicação”. O caso retorna ao ministro-relator após o parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE).
No último dia 27, Tarcísio afirmou que o serviço de inteligência havia interceptado mensagens trocadas por integrantes do PCC, dentro das penitenciárias do estado, com recomendação de voto em prol do candidato Guilherme Boulos. Na entrevista coletiva, o governador estava acompanhado do candidato à reeleição após votar no colégio Miguel de Cervantes.
"Teve o salve. Houve interceptação de conversas, de orientações que eram emanadas de presídios por parte de uma facção criminosa orientando determinadas pessoas em determinadas áreas a votar em determinados candidatos. Houve essa ação de interceptação, de inteligência, mas não vai influenciar nas eleições", afirmou o governador.
Em seguida, ele foi questionado pela imprensa sobre quem seria o candidato beneficiado pela orientação do crime organizado e respondeu: “Boulos.”
Na quinta-feira (7), o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) também deu seguimento a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) por abuso de poder político contra Tarcísio e Nunes. A denúncia foi protocolada pela coligação “Amor por São Paulo”, encabeçada por Boulos e que tinha como candidata a vice-prefeita Marta Suplicy (PT). O juiz eleitoral Antonio Maria Zorz determinou a notificação dos representados para apresentação de defesa no prazo de cinco dias. Na sequência, o MPE também deve se manifestar sobre o caso.
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