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Moradores e comerciantes travam luta em SP para não ficarem próximos da cracolândia
Usuários de drogas se aglomeram na região central da capital paulista.| Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A aglomeração de usuários para utilização de drogas a céu aberto não é um problema restrito ao centro de São Paulo. Na percepção do paulistano, a cracolândia se proliferou pela capital e, hoje, outros pontos de uso de drogas estão presentes em diferentes regiões da cidade.

Segundo a pesquisa Datafolha, divulgada pela Folha de S.Paulo neste sábado (2), 53% dos paulistanos afirmam que existem "cracolândias", locais com cenas de uso de drogas em áreas públicas, nos bairros onde residem, principalmente na zona leste, região com 61% dos entrevistados com essa percepção.

De acordo com a pesquisa, realizada nos dias 29 e 30 de agosto com a participação de 1.092 pessoas, a presença dos pontos de uso aberto de entorpecentes foi apontado por 59% dos moradores de bairros da região central, seguido por 50% de pessoas que habitam em residências na zona sul de São Paulo. Em seguida, aparecem os moradores da zona norte e oeste, respectivamente com 48% e 46% dos entrevistados com a mesma sensação. O levantamento tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.

No comparativo com a pesquisa sobre a cracolândia realizada em junho de 2017, a presença de dependentes químicos aglomerados para o uso de drogas cresceu, principalmente, entre os moradores do centro e da zona oeste de São Paulo. Em seis anos, a percepção de outros pontos como a cracolândia subiu de 49% para 59% para os habitantes que responderam a pesquisa na área central.

Na zona oeste, a sensação de proliferação dos locais abertos também teve um crescimento de 10 pontos percentuais no mesmo período, saltando de 36% para 46% dos entrevistados.

Entre os pontos citados, fora da área central, estão os locais: avenida Doutor Assis Ribeiro, na zona leste; ruas próximas à Ceagesp, na zona oeste e debaixo da linha do monotrilho na avenida Jornalista Roberto Marinho, na zona sul.

O levantamento ainda revela que para 30% dos pesquisados, o principal responsável pelos problemas que envolvem o uso de crack a céu aberto são os traficantes de drogas, seguido pelos próprios usuários, apontados por 29% dos entrevistados como responsáveis. Para abandonar o vício, 61% dos paulistanos consideram que os dependentes químicos necessitam mais do apoio familiar do que da ajuda de ONGs ou do poder público.

Quase 70% afirmam que ações na cracolândia são ineficientes

A maioria dos pesquisados também mostram desacreditar na eficiência das ações para resolver o problema no centro de São Paulo. Para 68%, as medidas tomadas pela prefeitura e pelo governo estadual são ineficientes e o número sobe para 87% quando a pergunta está relacionada às operações policiais na cracolândia. A grande maioria dos paulistanos afirma que os usuários apenas migram para outros locais e continuam o uso de crack em novos pontos a céu aberto.

Além disso, para 63%, operações na cracolândia podem fazer com que os usuários diminuam temporariamente o uso de crack, mas não necessariamente busquem ajuda para abandonar o vício.

A área de “segurança, violência e criminalidade” aparece como o principal problema para 22% dos paulistanos na mesma pesquisa, seguido por 16% dos entrevistados que apontam a área de “saúde, hospitais e postos de saúde”.

Mas, quando questionado sobre qual deveria ser a prioridade da gestão municipal ocorreu uma inversão: 25% responderam que a saúde deve ser o tema prioritário de resolução do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Na sequência, aparece o setor de segurança pública (18%) e educação (14%).

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