O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou na tarde desta quarta-feira (7) e atacou Lula (PT) em um evento preparado para recebê-lo na cidade de São Sebastião, no litoral paulista, onde ele seria ouvido pela Polícia Federal no inquérito em que é investigado por importunação a uma baleia-jubarte. O suposto crime ambiental teria ocorrido durante um passeio de jet-ski em junho do ano passado, quando Bolsonaro teria se aproximado a cerca de 15 metros do animal com o veículo a motor ligado.
Apesar da Polícia Federal adiar o depoimento para o dia 27 de fevereiro em São Paulo, o evento foi mantido e muitos apoiadores compareceram ao centro da cidade litorânea, onde um palco foi montado para o comício com a presença de Bolsonaro, que atacou o presidente Lula, principalmente por questões relacionadas à liberdade de expressão nas mídias e de opositores ao governo petista.
“O povo tem os aparelhos celulares e por isso o atual mandatário quer censurar as redes sociais. Esperamos que o parlamento brasileiro também não aprove a regulamentação da mídia, pois seria um golpe de misericórdia na nossa liberdade. Hoje, eu só estou aqui com vocês, graças às redes sociais. Não podemos censurar as mídias sociais e nem a mídia tradicional”, afirmou Bolsonaro, que fez a ressalva que “mesmo errando” seria pior ter a “imprensa calada.”
Ele também criticou o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível até 2030 por abuso de poder e desvio de finalidade por realizar uma reunião com embaixadores em 2022, quando estava na presidência e criticou a credibilidade das urnas eletrônicas.
“O que acharam de crime até o momento que me tornou inelegível foi o fato de me reunir com embaixadores no Palácio da Alvorada. Sabemos que esse julgamento não foi justo e quando esse recurso chegar lá [no Supremo Tribunal Federal], por mais críticas que possamos ter quanto ao grande tribunal, eles vão reconhecer que a democracia só funciona se tivermos oposição”, declarou o ex-presidente.
Na avaliação dele, o governo petista usa a mesma tática de Nicolás Maduro na Venezuela, que para Bolsonaro, passou a ter eleições seguras, mas o ditador venezuelano mantém a perseguição aos opositores políticos no país. “O Maduro tem tornado inelegível os seus adversários. Nós não podemos aceitar isso no Brasil. Vamos disputar no voto, vamos disputar no palanque e vamos mostrar para o que viemos”, desafiou.
Ele ainda atacou Lula ao lembrar que o governo brasileiro não reconhece o Hamas como grupo terrorista, o que teria isolado o país na política internacional, e ainda afirmou que petista tem interesse em “desacreditar” a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com as operações contra a atuação paralela do órgão durante o governo Bolsonaro. Segundo o ex-presidente, a justificativa para o ataque do petista seria o relatório da Abin que aponta omissão do governo federal no trabalho preventivo para evitar as invasões aos prédios dos Três Poderes no dia 8 de janeiro do ano passado.
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