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Secretaria da Segurança Pública de São Paulo confirmou afastamento de 13 policiais após ocorrência envolvendo homem que foi jogado de uma ponte.
Secretaria da Segurança Pública de São Paulo confirmou afastamento de 13 policiais após ocorrência envolvendo homem que foi jogado de uma ponte.| Foto: Reprodução/TV Globo

O boletim de ocorrência (B.O.) que relata o caso do homem que foi jogado da ponte por um policial militar em São Paulo, na segunda-feira (2), foi registrado no sistema da corporação depois do caso vir à tona, por meio de vídeos divulgados nas redes sociais. A Secretaria da Segurança Pública do estado determinou que 13 policiais envolvidos na ocorrência fossem afastados das atividades de rotina até o caso ser apurado pela Corregedoria da PM.

Conforme o registro, feito após as imagens circularem na internet, os policiais perseguiram suspeitos em motos até um baile funk na comunidade de Cidade Ademar, na zona sul da capital paulista. Com a chegada da polícia, o baile foi encerrado, e a perseguição continuou por cerca de dois quilômetros, envolvendo o homem que dirigia uma moto sem placa.

O BO elaborado pelos policiais omite que o suspeito foi jogado da ponte.

Na ponte, o motociclista perdeu o controle do veículo e foi interceptado pelos agentes. Ele foi identificado como Marcelo do Amaral, de 25 anos, entregador e sem antecedentes criminais. A motocicleta foi apreendida pela polícia. Após ser jogado no córrego sob a ponte, Amaral foi resgatado por moradores. Ele foi levado ao hospital, recebeu pontos na cabeça e, em seguida, foi liberado. A descriminação da ocorrência elaborada pelos policiais teria omitido que o suspeito foi jogado da ponte.

Além do caso envolvendo o entregador, outro episódio violento marcou a ocorrência. No baile funk, uma pessoa foi baleada. O Centro de Operações da PM (Copom) recebeu informações sobre a internação de um homem ferido por disparo de arma de fogo no Hospital Municipal de Diadema, próximo ao local do baile. Ele passou por cirurgia e está em estado estável. Ainda não se sabe quem efetuou o disparo.

Segundo apuração da Gazeta do Povo, após este e outros incidentes recentes envolvendo a corporação, a Polícia Militar deve anunciar nos próximos dias um treinamento em larga escala para os agentes.

Tarcísio e Derrite condenam policiais que jogaram homem da ponte

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), repudiou o ato dos policiais evidenciado nas imagens, citando também o episódio recente em que um PM de folga atirou nas costas de um homem que havia roubado um supermercado. "Policial está na rua para enfrentar o crime e pra fazer com que as pessoas se sintam seguras. Aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda", declarou o governador.

Tarcísio reiterou que "esses casos serão investigados e rigorosamente punidos" e que "outras providências serão tomadas em breve".

A Polícia Militar deve anunciar nos próximos dias um treinamento em larga escala para os agentes.

O secretário da Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, também condenou o ato e afirmou que a atitude dos profissionais observada nos vídeos que vieram à público não reflete a missão da Polícia Militar. “Determinei o afastamento imediato dos policiais envolvidos nessa cena lamentável. Eles passarão a cumprir expediente na Corregedoria da PM até que os fatos sejam esclarecidos”, declarou.

Defesa de policiais ataca governo do estado e Ouvidoria cobra providências

A defesa de parte dos policiais afastados alegou que Tarcísio e Derrite cometeram abuso de autoridade ao comentarem o caso nas redes sociais antes de concluídas as apurações. "O que posso dizer é que a defesa não concorda com posicionamentos precipitados nas redes sociais, isso pode configurar o crime do artigo 38 da Lei de Abuso de Autoridade", disse o advogado João Carlos Campanini ao portal Metrópoles.

Após a declaração da defesa repercutir internamente na corporação, o advogado não comentou mais o caso publicamente a pedido de seus clientes. A Ouvidoria da Polícia Militar informou à Gazeta do Povo que pediu as imagens das câmeras corporais dos profissionais e a abertura de investigação sobre o caso.

“Determinamos a instauração de procedimento no âmbito da Ouvidoria, acionamos a Corregedoria da PM e solicitamos imagens de câmeras corporais e de monitoramento do local dos fatos”, afirmou o órgão. Já a Corregedoria da Polícia Militar afirmou que investiga o caso e só se manifestará após o término das investigações.

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