Operação delator do PCC morto em Guarulhos.
Presos na pperação foram encaminhados ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo.| Foto: Divulgação/Polícia Civil de São Paulo
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A Polícia Civil de São Paulo deflagrou, na manhã desta quinta-feira (13), a operação Gritzbach, que busca prender o mandante do homicídio do empresário que dá nome à ação, Vinicius Gritzbach, que ficou conhecido como delator da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Gritzbach foi morto a tiros no dia 8 de novembro de 2024, no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

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A operação cumpre mais de 20 mandados de busca e apreensão na capital paulista e região metropolitana, mobilizando mais de 100 policiais, de acordo com informações da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo. Para o fim da tarde está prevista uma entrevista coletiva do secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite, para divulgar os resultados da operação.

De acordo com apuração da Gazeta do Povo, o principal suspeito de ser o mandante do crime é um integrante do PCC. Caso a operação tenha êxito, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deve participar da divulgação com o balanço final.

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Presos na operação vão para delegacia sob investigação

Os detidos na operação Gritzbach estão sendo levados para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde o empresário havia denunciado um esquema de extorsão envolvendo um delegado e investigadores. A Secretaria da Segurança Pública escolheu a delegacia para a apresentação dos presos como estratégia de tentar recuperar a imagem da unidade, abalada após denúncias de corrupção.

Antes da operação desta quinta-feira, 26 suspeitos haviam sido presos no caso, incluindo pessoas apontadas como membros do PCC, além de policiais civis e militares e pessoas ligadas a Gritzbach, como a namorada dele. A lista inclui:

  • 17 policiais militares
  • 5 policiais civis
  • 4 pessoas civis

A Gazeta do Povo apurou que o número de presos suspeitos de ligação com o crime cometido no aeroporto de Guarulhos deve dobrar até o fim da operação desta quinta-feira, incluindo agentes de segurança e membros considerados integrantes do alto escalão da facção criminosa.

PF indicia delegado e policiais por envolvimento com delator do PCC

Na quarta-feira (12), a Polícia Federal (PF) indiciou 14 pessoas, incluindo um delegado, um investigador e policiais civis, por suspeita de participação em um esquema criminoso ligado ao PCC em São Paulo. O relatório final da PF, enviado à Justiça, recomenda a prisão preventiva de oito investigados.

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As acusações surgiram no contexto da operação Tacitus, deflagrada em dezembro do ano passado, que revelou um esquema de extorsão e corrupção policial. Os indiciados são acusados de exigir dinheiro e bens de Gritzbach, que colaborava com as investigações contra a facção criminosa antes de ser assassinado.

O delegado Fábio Baena, um dos indiciados, já havia sido preso em dezembro do ano passado após ser citado na delação premiada de Gritzbach ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP). O investigador Eduardo Monteiro também está entre os suspeitos.

As investigações apontam um esquema sofisticado de corrupção, que incluía vazamento de informações sigilosas para criminosos e venda de proteção a membros do PCC. Há indícios de que a rede beneficiava operações de lavagem de dinheiro da facção.

A defesa de Fábio Baena e Eduardo Monteiro classificou o indiciamento como arbitrário. “Na calada da madrugada, a autoridade policial concluiu o inquérito sem analisar as provas solicitadas por esta defesa, que desmentiriam as alegações feitas por Gritzbach”, disse a defesa em nota.