O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse recentemente ser a favor da internação compulsória para usuários de drogas. Nunes, que trabalha para tentar a reeleição na capital paulista, tem aumentado o tom contra os usuários de droga na região central da cidade. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apesar de não se manifestar publicamente sobre a medida, já reconheceu para aliados que essa pode ser a única solução para a cracolândia.
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Conforme estimativa do governo estadual, a cracolândia abriga aproximadamente 1,1 mil pessoas. O consumo de drogas sintéticas, como a K9, que já foi tema de reportagem da Gazeta do Povo, tem piorado o cenário na cracolândia. Roubos e furtos também tem sido um desafio para as forças de segurança.
“A gente precisa fazer uma ação de discutir esse tema sem paixões ideológicas, com uma visão de humanidade para salvar a vida daquelas pessoas, de poder dar apoio aos médicos para receitarem a internação compulsória e o juizado aceitar”.
Ricardo Nunes (MDB), prefeito da cidade de São Paulo
O médico psiquiatra Ronaldo Laranjeira, professor de psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e PHD em dependência química, explica o nível de deterioração das pessoas que moram na região central. “Tem muito caso de tuberculose, sífilis, HIV e outros diferentes tipos de doenças. As pessoas são internadas, na maioria, por esgotamento. O caminho para o esgotamento é a internação involuntária, ele vai se colocando na medida que as pessoas estão muito mais deterioradas. Acho que faz parte do repertório em uma situação tão complexa quanto a da cracolândia”.
Laranjeira explica a diferença entre três tipos de internação para usuários de drogas:
- Internação voluntária - com o consentimento do usuário.
- Internação involuntária - determinada por um médico ou algum agente público.
- Internação compulsória - requer decisão judicial.
O governo estadual tem feito um censo da população de rua no centro da capital paulista na tentativa de identificar todas as pessoas na região. A ideia do governo é tentar a internação involuntária e, para casos extremos, a internação compulsória.
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