O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é alvo de críticas por racismo durante discurso ao lado de uma jovem negra durante o anúncio do Novo Ciclo de Investimentos da Volkswagen do Brasil, na sexta-feira (2), na fábrica da montadora em São Bernardo do Campo, cidade do ABC paulista, considerado o berço-político do petista.
O presidente chegou para o anúncio do investimento de R$ 16 bilhões pela Volkswagen no setor automobilístico em um carro aberto preparado para o desfile de Lula diante dos operários. Mas o petista “derrapou” no palanque, na avaliação dos opositores, quando se referiu a uma jovem negra de 20 anos como “afrodescente assim que gosta de batuque e tambor”, além de insinuar que a menina poderia até namorar com ele.
A jovem mulher é a operadora especialista da Volkswagen do Brasil, Luiza Eduarda Leôncio, que foi vencedora do prêmio de melhor aprendiz 2023 da montadora para representar o país em um evento do setor automobilístico em Wolfsburg, na Alemanha.
“Eu estava perguntando o que faz essa moça sentada, que eu não ouvi ninguém falar o nome dela. Ela é cantora, ela vai cantar, mas não vai ter música. Então ela vai batucar alguma coisa porque uma afrodescendente assim gosta de um batuque de um tambor. Também não. Então ela é namorada de alguém. Também não é. Quem é essa moça? Essa moça foi premiada como a mais importante aprendiz dessa empresa e ganhou um prêmio na Alemanha. É isso que nós queremos fazer para as pessoas nesse país”, discursou Lula ao dizer que o país precisa investir na educação para ter outros jovens aprendizes com o mesmo sucesso no mercado de trabalho.
Nas redes sociais, o discurso de Lula foi criticado por racismo na avaliação de integrantes de partidos da oposição. “Lula não tem nada de inocente. Ao invés de prestigiar a jovem pelo prêmio, ele a limitou a uma visão preconceituosa e medíocre. E há pouco tempo Lula agradeceu à África por tudo que foi produzido durante 350 anos de escravidão”, afirmou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em postagem pelas redes socias neste sábado (4).
A declaração de Lula lembrada pelo filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aconteceu em julho do ano passado, durante viagem presidencial ao continente africano em um pronunciamento ao lado do presidente de Cabo Verde, José Maria Neves. “Nossa cultura, cor e tamanho é resultado da miscigenação entre índios, negros e europeus. Temos profunda gratidão ao continente africano por tudo que foi produzido durante 350 anos de escravidão em nosso país”, disse à época o presidente Lula, que sequer foi criticado pelos movimentos negros no Brasil.
O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) também usou as redes sociais para criticar as declarações e também a postura da esquerda de não se posicionar sobre as falas do líder petista. “Essa fala de Lula provavelmente vai ficar sem notinhas de repúdio e sem hashtags no Twitter de quem diz defender minorias. No Brasil, não importa o que é dito, mas quem diz.”
No final do discurso no ABC, Lula ainda perguntou para a jovem se ela queria namorar com ele. “Ela não quer porque tem coisa melhor no mercado. Ela não quer porque eu tenho a Janja também”, respondeu. Para a pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, a economista Maria Helena (Novo-SP), além de racismo, Lula ainda teve uma postura que pode ser enquadrada como machista. “Racismo e machismo são condenados pela esquerda. Menos quando é o Lula que comete”, criticou pelas redes sociais.
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