O empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB) conclamou os seus apoiadores a defenderem sua pré-candidatura a prefeito de São Paulo contra “milícias digitais”. Com mais de 16 milhões de seguidores nas redes sociais, ele tenta se firmar como o principal representante da direita nas eleições da capital paulista, gerando atritos dentro desse campo, sobretudo contra o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tem o apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Neste sábado (23), Marçal reuniu simpatizantes em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, num ato de pré-campanha, transmitido ao vivo no Instagram para mais de 10 mil espectadores. “Tem um monte de milícia digital me atacando. Preciso que todos vocês que estão me assistindo entrem nessa guerra comigo”, disse ele na manifestação. Com referências a Deus e ao conservadorismo, seu discurso direcionou ataques aos principais adversários. “O prefeito atual é um homem fraco. Ricardo Nunes, com todo respeito, você chegou ao seu limite. Esse é seu último mandato”, disse.
Na tarde de sexta-feira (21), o prefeito Ricardo Nunes e o governador Tarcísio de Freitas anunciaram oficialmente a escolha do coronel Mello Araújo como vice da chapa que tentará a reeleição à prefeitura de São Paulo. O anúncio da escolha pelo indicado do ex-presidente Bolsonaro sela a aliança de centro-direita na disputa pelo maior colégio eleitoral do país.
O crescimento de Pablo Marçal preocupa aliados de Bolsonaro e Nunes, que temem a divisão do campo da direita, o que poderia fortalecer a candidatura de Boulos, apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O risco de o candidato do Psol avançar para o segundo turno à frente de Nunes é visto como uma ameaça à reeleição do prefeito. Outra preocupação é o impacto de Marçal nas eleições de 2026, sobretudo se ele usar a campanha municipal para se posicionar como candidato ao Senado, algo que ele nega.
Recentemente, Eduardo Bolsonaro (PL) foi lançado como pré-candidato ao Senado pelo presidente do seu partido, Valdemar Costa Neto. Guilherme Derrite (PL), atual secretário estadual de Segurança Pública, também seria candidato, apoiado pelo governador Tarcísio de Freitas. Nesse cenário, Pablo Marçal se tornou alvo de críticas da direita, intensificadas após um encontro dele com o ex-governador João Doria (sem partido). Para completar, Bolsonaro desautorizou os parlamentares do PL a apoiarem a candidatura de Marçal.
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