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Operação policial em São Paulo mirou rede com cerca de 80 hotéis que dariam suporte ao tráfico gerido pelo PCC.
Operação policial em São Paulo mirou rede com cerca de 80 hotéis que dariam suporte ao tráfico gerido pelo PCC.| Foto: Divulgação/Secretaria da Segurança Pública de São Paulo

Uma operação policial realizada na manhã desta quinta-feira (13) mirou uma rede de quase 80 hotéis e hospedagens criados ou adquiridos pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) para dar suporte e expandir o tráfico de drogas na região da cracolândia, no centro da cidade de São Paulo. A ação foi coordenada pelo Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc).

Segundo a Polícia Civil do estado, foram 140 mandados de busca e cerca de 400 policiais envolvidos na operação. Cerca de 30 hotéis e estruturas de hospedagens clandestinas foram fechados por determinação judicial, além do bloqueio de contas de suspeitos envolvidos no esquema milionário que envolvia, de acordo com a investigação, lavagem de dinheiro e de apoio à prostituição.

Para a polícia, o esquema histórico do tráfico e uso de drogas na região central da maior cidade do Brasil é sustentado pelas hospedagens próximas que, além de servirem de depósitos para as drogas, mantêm usuários alojados ou no entorno. As investigações revelaram que o esquema contou com o auxílio de laranjas, incluindo usuários de entorpecentes em nome de quem estavam alguns dos imóveis. O objetivo era desvincular o comando do esquema criminoso do PCC.

Aquisição e invasão de imóveis pelo PCC acompanhou expansão dos pontos de tráfico

As investigações demonstraram ainda que, conforme ocorria a migração dos pontos de tráfico e uso nos últimos anos, hotéis e hospedagens eram adquiridos ou invadidos no entorno. O esquema seria coordenado por um homem de 45 anos apontado pela polícia como o gerente do tráfico na região. Comerciantes não ligados ao grupo eram coagidos a vender ou entregar propriedades para que ficassem sob o domínio da facção.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, a maior parte dos endereços alvo da operação está localizada no centro de São Paulo. “Esta é a terceira fase da operação Downtown. O objetivo é acabar com as atividades econômicas do crime organizado. Cerca de 30 hospedagens, usadas como 'central' de distribuição de drogas, devem ser interditadas. O Denarc lidera a operação, com o apoio do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), de agentes do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) e do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro)”, afirmou a secretaria.

O delegado Carlos César Castiglioni disse que as investigações começaram há mais de um ano quando a equipe descobriu que, além de o grupo criminoso usar as hospedagens para distribuir drogas, lavava dinheiro com os imóveis. “As contas bancárias utilizadas pela quadrilha foram bloqueadas por ordem da Justiça”, completou a Secretaria da Segurança Pública.

O PCC tem expandido sua atuação criminosa para dar sustentação ao tráfico nacional e internacional de drogas e “esquentar” recursos vindos das atividades ilegais. Investigações têm revelado que a organização alcança setores como o transporte coletivo, a hotelaria, o mercado imobiliário, redes de postos de combustíveis e afins, sempre com o auxílio de laranjas.

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