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Tarcísio de Freitas
Governador paulista determinou “investigação rigorosa” e diz que segue no combate ao crime organizado.| Foto: Divulgação/Governo de São Paulo

O capitão da Polícia Militar (PM) Diogo Costa Cangerana, que chefiou a equipe de segurança do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e outras autoridades do Executivo estadual, foi afastado da corporação após ser preso sob suspeita de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

A operação Tai-Pan, conduzida pela Polícia Federal (PF), foi deflagrada na última terça-feira (26) e revelou um sistema que teria movimentado bilhões de reais nos últimos anos, utilizando fintechs e instituições financeiras para atividades ilícitas. Foram cumpridos 16 mandados de prisão.

De acordo com informações prestadas pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, Cangerana ingressou na Casa Militar em 2012, onde ocupou posições ligadas à segurança do Palácio dos Bandeirantes e de autoridades do governo paulista. Até setembro de 2024, ele integrava a Divisão de Segurança de Dignitários.

Ele havis sido transferido para o 13º Batalhão da PM, localizado na região central de São Paulo, pela gestão atual. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, durante o tempo em que permaneceu na Casa Militar, o capitão desempenhou apenas funções de rotina, sem exercer cargos de assessoria ou ajudância direta a autoridades. A unidade conta com 347 policiais designados conforme escala de trabalho.

Operação aponta lavagem de dinheiro para o PCC com envolvimento de PM

As investigações da Polícia Federal tiveram início em 2022 e apontam que o esquema de lavagem de dinheiro teria movimentado R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos, sendo R$ 800 milhões apenas em 2024. As operações envolviam transferências financeiras para destinos internacionais como Estados Unidos, Panamá, Argentina, Colômbia, Paraguai, Holanda, Itália, Dubai, Hong Kong e China.

Entre os investigados estão policiais civis e militares, gerentes de bancos e contadores, que facilitariam transações para indivíduos interessados em lavar dinheiro ou movimentar recursos para fora do país. As investigações apontam que foram movimentados R$ 120 bilhões nos últimos anos.

Outro policial militar, Cyllas Salerno Elia Júnior, também foi preso na mesma operação. Ele é suspeito de utilizar sua participação na 2 GO Bank, fintech voltada para o mercado esportivo, como ferramenta para o crime organizado. De acordo com o jornal O Globo, a empresa chegou a estabelecer parcerias com clubes de futebol como o Vitória e o São Paulo, além de negociações com o Corinthians, mas a última não foi concluída.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública reforçou que a Corregedoria da Polícia Militar apura os fatos relativos à conduta do policial e acompanha os desdobramentos da operação. "O órgão permanece à disposição da Polícia Federal para colaborar com as investigações", informou a pasta.

O governador de São Paulo comentou na semana passada, em Mogi-Guaçu. "A polícia é séria, profissional e presta um relevante serviço à sociedade, mas quem desviar de sua conduta será punido com rigor. Vamos retirar as 'maçãs podres' desse cesto", disse. A reportagem tenta contato com a defesa de Cangerana e o espaço segue aberto para a manifestação do policial.

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