Trens privados de SP sofreram atentados no dia da greve, diz Polícia Civil.| Foto: Ciete Silvério/Governo do Estado de São Paulo
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Durante a greve de metroviários e ferroviários na última terça-feira (3) em São Paulo, a linha 9 do trem, que é privatizada e, portanto, estava operando normalmente, sofreu quatro atentados em menos de duas horas. As informações são da Polícia Civil, que investiga o caso.

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De acordo com o delegado-titular do 27º Distrito Policial, Eduardo Luis Ferreira, os atentados foram planejados. “As ações foram orquestradas e aconteceram em pontos distantes um do outro. Foi um atentado, feito por alguém de fora, e não sabotagem”, afirmou ele, em entrevista para o Metrópoles.

Os danos causados pelos criminosos afetaram alguns pontos do trilho e de parte da fiação. Os passageiros foram obrigados a descer no meio do caminho porque no trajeto havia sinais de fumaça e muita faísca em decorrência dos atos de vandalismo. “Inicialmente, achávamos que um objeto havia sido atirado diretamente na rede elétrica e saiu irradiando, mas não foi isso que aconteceu. O objeto foi jogado no pantógrafo, onde ficou preso, e foi arrancando a fiação”, afirmou Ferreira.

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Em outro trecho, próximo à estação Autódromo, na região de Interlagos, o dispositivo eletrônico da estação foi furtado. A tecnologia é responsável por mudar o trem de via. “Se o sistema não tivesse acusado a falha, isso poderia causar o descarrilamento do trem e até mesmo uma tragédia. O corte foi feito bem rente, não é qualquer pessoa que consegue fazer”, disse o delegado. A hipótese do crime ter sido cometido por motivações políticas não está descartada.

Não há monitoramento por vídeo em boa parte dos trilhos. A polícia vai procurar câmeras próximas ao local e analisar o vídeo do próprio vagão do trem. A equipe de investigação trabalha com a hipótese de o crime ter sido cometido por um grupo de pessoas que planejou o ato dias antes. Se identificados, os responsáveis podem ser acusados de “impedir serviço de estrada de ferro” e “associação criminosa”, crimes que somados podem chegar a 15 anos de prisão.

A linha 9, assim como a linha 8, é operada pelo consórcio ViaMobilidade e estava com funcionamento normal no dia da greve, enquanto todas as outras linhas administradas pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), geridas pelo estado, estavam paralisadas pelos funcionários.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]