Após um policial jogar um homem de uma ponte na zona sul de São Paulo na noite desta segunda-feira (2), a Secretaria da Segurança Pública do estado determinou que treze policiais envolvidos diretamente na ocorrência fossem afastados das atividades de rotina até o caso ser apurado.
A ação foi filmada por amadores e rapidamente ganhou evidência nas redes sociais. Um dos vídeos publicados mostra o momento em que o policial joga o homem da ponte. A gravação foi feita no bairro Cidade Ademar e indica quatro policiais na cena. Um deles levanta uma motocicleta caída enquanto outros dois ajudam. O quarto policial segura o suspeito de camisa azul, que seria o motociclista, e o joga da ponte.
Em outro vídeo divulgado nas redes, um homem com camiseta azul, semelhante à usada pelo suspeito, aparece boiando no rio. A identidade do homem ainda não foi confirmada. Os policiais integram o 24º Batalhão de Polícia Militar de Diadema, na região metropolitana de São Paulo, e estão lotados na equipe da Rondas Ostensivas com Apoio de Motos (Rocam). Até a manhã desta terça-feira (3) não foram divulgadas informações oficiais sobre o registro da ocorrência que teria terminado com a ação do policial de jogar o homem da ponte.
Derrite condena ação de policiais
O secretário da Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, condenou o ato e afirmou que a atitude dos profissionais observada nos vídeos amadores que vieram à público não reflete a missão da Polícia Militar. “Determinei o afastamento imediato dos policiais envolvidos nessa cena lamentável. Eles passarão a cumprir expediente na Corregedoria da PM até que os fatos sejam esclarecidos”, declarou.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por sua vez, repudiou o ato em suas redes sociais, citando também o episódio recente em que um policial militar de folga atirou nas costas de um homem que havia roubado um supermercado.
"Policial está na rua para enfrentar o crime e pra fazer com que as pessoas se sintam seguras. Aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda", postou o governador, afirmando ainda que "esses casos serão investigados e rigorosamente punidos" e que "outras providências serão tomadas em breve".
A defesa de parte dos policiais afastados alegou que as autoridades cometeram abuso de autoridade ao comentarem o caso nas redes sociais antes de concluídas as apurações. "O que posso dizer é que a defesa não concorda com posicionamentos precipitados nas redes sociais, isso pode configurar o crime do artigo 38 da Lei de Abuso de Autoridade", disse o advogado João Carlos Campanini ao portal de notícias Metrópoles.
A Ouvidoria da Polícia Militar informou à Gazeta do Povo que pediu as imagens das câmeras corporais dos profissionais e a abertura de investigação sobre o caso. “Determinamos a instauração de procedimento no âmbito da Ouvidoria, acionamos a Corregedoria da PM e solicitamos imagens de câmeras corporais e de monitoramento do local dos fatos”, afirmou o órgão.
A Ouvidoria criticou o episódio, apontando que reflete uma “política de derramamento de sangue” da Secretaria da Segurança Pública. “Medidas adotadas não têm sido eficazes para conter esse cenário, resultado de uma política de morte e vingança frequentemente legitimada pela maior autoridade da Segurança Pública do Estado”, diz o texto.
Já a Corregedoria da Polícia Militar afirmou que investiga o caso.
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