Força-tarefa que investiga o delator do PCC prendeu 26 suspeitos, sendo 22 policiais e quatro civis.| Foto: Divulgação/Secretaria da Segurança Pública de São Paulo
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A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo prendeu, nesta terça-feira (21), mais um policial militar suspeito de ser o responsável pela execução de Vinicius Gritzbach, conhecido como delator da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O crime ocorreu no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em 8 de novembro.

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Segundo apuração da Gazeta do Povo, o policial preso é o soldado Ruan Silva Rodrigues, do 20º Batalhão de Polícia Militar. Ele é apontado como o responsável pelos disparos de pistola que mataram Gritzbach.

A força-tarefa liderada pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, com apoio da Polícia Federal e do Ministério Público, prendeu 26 suspeitos relacionados ao caso, incluindo 22 policiais (17 militares e 5 civis) e 4 pessoas civis. Os detidos são investigados por envolvimento direto no homicídio ou em ações que facilitaram o crime. Entre os suspeitos que estariam no carro utilizado para cometer o crime estão:

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  • Soldado Ruan Silva Rodrigues: acusado de disparar a pistola;
  • Cabo Denis Martins: suspeito de usar um fuzil;
  • Tenente Fernando Genauro da Silva: apontado como motorista do veículo.

Os três PMs suspeitos de envolvimento direto no crime atuavam em diferentes batalhões (20º e 23º). A investigação utilizou geolocalização dos celulares para confirmar a presença deles no local e horário do homicídio. Os militares estão presos preventivamente por 30 dias, sob ordem da Justiça Militar e do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Todos os policiais detidos foram encaminhados ao Presídio Militar Romão Gomes.

A Secretaria da Segurança Pública paulista declarou que as prisões recentes representam um avanço importante nas investigações. “As apurações estão avançando para o total esclarecimento do caso”, afirmou o órgão, em nota. Embora todos os 26 suspeitos neguem envolvimento no crime, chamou a atenção dos investigadores que parte dos policiais presos solicitou licença após saberem que haviam sido identificados.

Investigação sobre delator aponta infiltração do PCC em setores estratégicos da PM

As investigações sobre o assassinato de Gritzbach revelaram infiltrações do PCC em batalhões de elite da Polícia Militar de São Paulo. A apuração teve início em outubro do ano passado, após denúncia anônima sobre o vazamento de informações sigilosas para o crime organizado. De acordo com os investigadores, o PCC montou três núcleos dentro da corporação:

  • “Executadores” ou “operacional”: policiais envolvidos em execuções a mando do PCC, incluindo a morte de Gritzbach
  • “Vazamentos” ou “informantes”: integrantes da Agência de Inteligência (AI) e da seção de rádio da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), responsáveis por repassar informações sigilosas aos líderes do PCC
  • “Escolta” e “segurança”: policiais que faziam a proteção de líderes da facção criminosa.
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Policiais da ativa e da reserva estão sendo investigados. Após as denúncias, o comando da Rota ordenou "pente-fino" nos pelotões para identificar possíveis envolvidos com o crime organizado.

A reportagem da Gazeta do Povo não localizou os advogados dos policiais mencionados. O espaço segue aberto para manifestações.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]