À medida que as eleições municipais se aproximam, os pré-candidatos a eleição em São Paulo começam a delinear estratégias para conquistar os votos dos eleitores no maior colégio eleitoral do país.
Entre os que lançaram pré-candidatura à prefeitura estão Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito de São Paulo que buscará a reeleição; Guilherme Boulos (Psol) e Tabata Amaral (PSB). Apesar de o padre Kelmon ter anunciado que é pré-candidato pelo PRD, o partido negou que o nome dele esteja decidido.
Há, ainda, os partidos que estão divididos entre apoiar a reeleição de Nunes e lançar candidatura própria, como é o caso do União Brasil e do PSDB. Veja abaixo os nomes elencados para a disputa.
Ricardo Nunes (MDB)
Atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) foi eleito em 2020 como vice da chapa liderada por Bruno Covas (PSDB), falecido em decorrência de um câncer em 2021. Desde então Nunes assumiu a prefeitura e, de olho na reeleição em São Paulo, tenta construir sua popularidade com uma grande quantidade de obras pela cidade, como aquelas contempladas pelo programa de recapeamento de vias e as destinadas à habitação popular.
A chapa Covas-Nunes foi eleita sob a coligação "Todos por São Paulo", formada por PSDB, MDB, PP, Podemos, PSC, PL, Cidadania, DEM, PTC, PV e Pros. O objetivo de Nunes é repetir nas eleições 2024 o apoio recebido em 2020 e formar uma "frente ampla" contra o que considera "extremismo". Porém, diversos partidos que apoiaram a chapa Covas-Nunes em 2020 estão divididos entre apoiar Nunes ou lançar candidato próprio, como é o caso do PSDB e do União Brasil.
Bolsonaro (PL) indica vice de Nunes para eleição em São Paulo
Uma das principais apostas de Nunes para crescer nas intenções de voto é ter o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que, por sua vez, declarou diversas vezes o desejo de lançar o deputado federal Ricardo Salles (PL) como pré-candidato, mas cedeu ao presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, para apoiar a reeleição de Nunes, quem teria mais chance de vencer na capital paulista.
Em troca do apoio à eleição em São Paulo, o ex-presidente teria a prerrogativa de indicar o vice na chapa de Nunes. Essa prerrogativa seria relativa porque o nome precisa ser do agrado de Costa Neto, do próprio Nunes, da base apoiadora e, ainda, do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A indicação de Bolsonaro, cuja referência foi mencionada durante uma transmissão online feita pelo ex-presidente, é o coronel da reserva da Polícia Militar (PM) Ricardo Mello Araújo, ex-comandante do batalhão Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e ex-presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) na gestão Bolsonaro.
A confirmação do coronel como vice ainda precisa ser confirmada por Nunes, cuja equipe da campanha encomendou uma pesquisa para avaliar os postulantes ao cargo. Além de Mello Araújo estariam os nomes da delegada Raquel Gallinati; da secretária paulista de Políticas para Mulher, Sonaira Fernandes (PL); e do deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos-SP).
Guilherme Boulos (Psol)
Principal representante da esquerda para a disputa paulistana, Guilherme Boulos (Psol) esteve no último dia 2 em São Paulo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a cúpula do PT no evento de filiação de Marta Suplicy ao partido, quando foi confirmada a indicação dela como vice de Boulos.
Como apontaram os discursos de Lula e Boulos no evento, a campanha será marcada por um incentivo ao "nós contra eles", rotulando os bolsonaristas de "extremistas" e incentivadores do "ódio" e os petistas como defensores do "amor e da democracia".
A campanha de Boulos conta com o apoio irrestrito de Lula, que considera a eleição em São Paulo prioridade.
Lula pediu para a base apoiadora do PT parar de perder tempo criticando o governo e ir para corpo a corpo ganhar voto.
"Cada petista, cada militante tem a obrigação de ir na sua vila conversar com quem não vota no PT. Eu tenho que ganhar [voto] com quem ainda não participa conosco nessa luta. Pelo amor de Deus, vamos multiplicar os pães", disse Lula no evento de filiação de Marta Suplicy.
Tabata Amaral (PSB)
No dia 25 de janeiro, aniversário de 470 anos de São Paulo, a deputada federal Tabata Amaral se lançou pré-candidata na laje da casa da mãe dela, na Vila Missionária, bairro na periferia de São Paulo. O evento teve a presença do apresentador de televisão Datena (PSB) - principal postulante a vice, do ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), e participação online do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB).
Tabata se colocou como candidata da terceira via, afirmou que a "polarização não tapa buraco" e disse que pode governar com apoio do presidente e do governador: "Como prefeita de São Paulo, se for da vontade de Deus e do povo, vou governar com apoio tanto do Tarcísio quanto do Lula."
Marina Helena (Novo)
Tendo lançada pré-candidata à prefeitura de São Paulo pelo Partido Novo em outubro do ano passado, a economista Marina Helena se candidatou a deputada federal em 2022 por São Paulo e se tornou suplente com 50.073 votos.
A economista trabalhou durante 14 anos no mercado financeiro e deixou a iniciativa privada para atuar com o então ministro de Economia, Paulo Guedes, no governo de Jair Bolsonaro, como diretora de Desestatização. Ex-CEO do Instituto Millenium e fundadora do movimento Brasil Sem Privilégios, a pré-candidata é defensora ferrenha do liberalismo econômico.
Marina Helena é colunista da Gazeta do Povo e, caso a candidatura em São Paulo seja confirmada, ela se afastará das atividades no jornal durante o período eleitoral, retornando depois do fim da eleição.
Kim Kataguiri (União Brasil)
O deputado federal Kim Kataguiri se declara pré-candidato à prefeitura de São Paulo, mas o partido dele, o União Brasil, não confirmou ainda o nome para a disputa. Assim como o PSDB, o União Brasil está dividido entre o apoio à reeleição de Ricardo Nunes e o lançamento de candidatura própria.
Milton Leite (União), presidente da Câmara de Vereadores de São Paulo e nome que representa o partido em São Paulo, tem dito que o apoio é certo para o prefeito Ricardo Nunes e colocou seu nome à disposição para compor a chapa como vice. Kataguiri, como qualquer outro filiado do União Brasil, no entanto, tem direito de disputar a candidatura na convenção partidária, que ocorrerá entre os dias 20 de julho e 5 de agosto.
Andrea Matarazzo (PSD), pelo PSDB
O PSDB, partido que já dominou o cenário eleitoral na capital e no estado de São Paulo, se encontra dividido em relação a quem apoiará nas próximas eleições municipais. A possível reeleição de Ricardo Nunes (MDB) tem gerado discordâncias dentro do partido, levando à saída de diversos vereadores em caso de não apoio ao atual prefeito.
A incerteza sobre os rumos do PSDB reflete-se na diversidade de posicionamentos, incluindo o apoio a Tabata Amaral (PSB) pelo ex-presidente municipal da sigla em São Paulo, Orlando Faria (PSDB), e a possibilidade de o PSDB lançar uma candidatura própria, com Andrea Matarazzo (PSD) emergindo como um dos principais nomes para representar o partido.
Padre Kelmon (PRD)
Padre Kelmon (PRD), ex-candidato à presidência da República pelo PTB, anunciou pré-candidatura à prefeitura de São Paulo na eleição de 2024, em uma chapa que conta com o pastor evangélico Manoel Lopes Ferreira Junior. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Kelmon declarou o objetivo de unir os cristãos para defender valores e princípios, combatendo ideologias comunistas.
O presidente nacional do partido, Ovasco Resende, afirmou, no entanto, que desconhece o lançamento da pré-candidatura de padre Kelmon e que esse assunto não foi discutido internamente no partido.
O pré-candidato destaca a intenção de introduzir uma política "Cristocêntrica" e critica o Foro de São Paulo, lançando o Foro do Brasil como contraponto. Kelmon, que preside essa instituição, está viajando pelo país para mobilizar conservadores, de olho as eleições municipais. A atuação dele nas eleições presidenciais de 2022, apoiando Jair Bolsonaro, ficou marcada pelos debates televisivos. Agora, a pré-candidatura de Kelmon à prefeitura de São Paulo busca fortalecer uma agenda conservadora e cristã na política municipal.
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