O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), disparou que o presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, deveria ser preso e responsabilizado pelo apagão que dura cinco dias e ainda atinge 11 mil imóveis na Grande São Paulo. O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu inquérito nesta terça-feira (7) para investigar possíveis erros e omissões da concessionária.
No Instagram, Morando disse que o presidente da Enel deveria ser preso e só ser liberado quando toda a energia for restabelecida. “Até quando as autoridades vão continuar lenientes? Será que não seria razoável prender o presidente da Enel até que ele pudesse religar todos os lares de São Paulo e devolver energia elétrica? Garantir que todas as escolas, públicas e privadas, voltassem a funcionar, além de todos os equipamentos de saúde. Creio que desta forma, com ele preso, a companhia, pela qual ele é responsável, seria um pouco mais eficiente e menos displicente com a população”, argumentou o prefeito de São Bernardo do Campo.
A Enel promete que, até o fim da tarde desta quarta-feira (8), a totalidade do serviço será normalizada. Porém, a empresa já alterou algumas vezes o prazo para restabelecimento da energia elétrica. Chegou a informar que a situação seria resolvida até o fim da terça-feira (7), o que não aconteceu.
O MP propôs à Enel pagar uma indenização aos 2,1 milhões de afetados pela falta de energia elétrica. Os valores da indenização ainda não foram divulgados, mas devem ser descontados nas próximas faturas. Segundo o órgão, a empresa terá um prazo de 15 dias para responder sobre a proposta.
Presidente da Enel São Paulo pede desculpas por apagão, mas "dentro de contexto"
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (8), o presidente da Enel São Paulo, Max Lins, pediu desculpas aos 2,1 milhões de clientes da concessionária que foram afetados pelo apagão no estado de São Paulo. Na sequência, o executivo disse que a desculpa vem dentro de um contexto excepcional devido ao temporal da última sexta-feira (3).
“Estamos sentindo a dor, estamos solidários, estamos trabalhando. Pedimos desculpas por isso, claro, não há nenhum problema. Agora, gostaria que isso viesse dentro de um contexto, o contexto de uma situação excepcionalíssima”, afirmou Lins.
No pronunciamento, o executivo também disse que quem teve algum eletrodoméstico danificado devido à falta de energia pode pedir o ressarcimento para a Enel. Já em relação a alimentos e remédios perdidos, isso não está previsto na legislação, segundo Lins.
O executivo ainda afirmou que a Enel teve que substituir 100 quilômetros de cabos elétricos de alta tensão e uma centena de transformadores desde sexta-feira passada. Por fim, ele ressaltou que todos os funcionários da empresa estão empenhados na recuperação de energia para os 11 mil lares que seguem sem luz. “Temos 400 caminhões e 1,2 mil equipes em operação”, informou.
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