Realizado na última quinta-feira (29) na B3, o leilão do Trem Intercidades Eixo Norte chamou a atenção por ter apenas um participante com envio de proposta. Formado pelo Grupo Comporte, ligado à família Constantino, fundadora da Gol, e pelo grupo chinês CRRC Sifang, o Consórcio C2 Mobilidade Sobre Trilhos arrematou a concessão feita pela gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) com um desconto de apenas 0,01% na contraprestação pecuniária.
A concorrência - que tinha potencial para ser acirrada dado o investimento total previsto de R$ 14,2 bilhões em um contrato de 30 anos - desistiu de participar nas horas finais do leilão. Entre eles, destacavam-se grandes nomes do setor, como o Grupo CCR, um dos maiores conglomerados de infraestrutura da América Latina que opera rodovias, metrôs e aeroportos em diversas regiões do Brasil.
Conforme apurou a reportagem da Gazeta do Povo, o grupo havia se juntado com a Alstom, líder no fornecimento de produtos e serviços do transporte ferroviário, com a construtora Queiroz Galvão e com a multinacional japonesa Hitachi. Aproximadamente até um dia antes do leilão, no entanto, o consórcio desistiu de enviar uma proposta.
Assim como eles, um outro consórcio formado pela CS Infra, do grupo Simpar, e pela Hyundai Rotem, sul-coreana fabricante de material ferroviário, voltou atrás e não participou do leilão devido ao alto valor.
Contas "não chegaram lá"
A Gazeta do Povo esteve no leilão e, de acordo com Rafael Benine, secretário de Parcerias em Investimentos do estado de São Paulo, os demais consórcios recuaram da disputa após não se alinharem às expectativas financeiras.
"Tínhamos outros grupos que participaram até essa semana, mas decidiram não entrar porque a conta deles não chegou lá", explicou Benine, ressaltando que a apresentação de uma única proposta não diminui o sucesso do leilão.
A despeito dessas desistências, o projeto do trem intercidades segue adiante, prometendo revolucionar o transporte entre municípios no estado de São Paulo. O início das operações do trem intermetropolitano - que conectará as cidades de Jundiaí e Campinas e terá quatro paradas - tem projeção de iniciar a partir de 2029 e do trem intercidades Campinas (TIC), o primeiro de média velocidade do país, a partir de 2031.
A concorrência da parceria público-privada (PPP) arrematada pelo Grupo Comporte abrange três serviços para uma concessão de 30 anos: além dos dois projetos de trens, inclui operação, manutenção e obras da linha 7 – Rubi da CPTM, entre as regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas.
Podendo chegar a 140 quilômetros por hora, o TIC Campinas deverá ter 101 quilômetros de extensão, um trecho que poderá ser percorrido em cerca 1 hora e 4 minutos. Com entrega prevista a partir de 2031, cada trem terá capacidade de aproximadamente 800 passageiros. A tarifa deverá ser de, no máximo, R$ 64, podendo sofrer descontos em vendas antecipadas.
Já o trem intermetropolitano, que ligará Campinas à cidade de Jundiaí - com paradas em Louveira, Vinhedo e Valinhos - deverá ser concluído em 2029 e a tarifa máxima deve chegar a R$ 28,10.
O contrato dos serviços deve ser assinado após três a quatro meses da conclusão do leilão. Depois desse período, se dará início à transferência durante seis meses do know-how da CPTM para o novo consórcio que operará a linha 7 (rubi). Está previsto, ainda, o período de um ano no qual a CPTM supervisionará a operação da concessionária. A tarifa deve se manter dentro do padrão da tarifa pública do sistema metropolitano de trilhos, atualmente de R$ 5.
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