Defesa de delegado e de investigador classificou as prisões como arbitrárias| Foto: Ciete Silvério/Governo de São Paulo
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O delegado Fábio Baena, ex-integrante do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), foi preso nesta terça-feira (17) durante a operação Tacitus por suspeita de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A operação foi conduzida pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

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Baena foi citado pelo empresário Vinícius Gritzbach em uma delação premiada ao MP-SP, que indicou a ligação do delegado com o PCC. Gritzbach foi assassinado a tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de Guarulhos no dia 8 de novembro.

O delegado suspeito já estava afastado das funções operacionais desde que a Corregedoria da Polícia Civil solicitou o afastamento do servidor. O policial continua recebendo o salário de R$ 27 mil mensais, conforme registrado no Portal da Transparência do Governo de São Paulo. Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), policiais sob investigação criminal mantêm o direito ao salário até o trânsito em julgado e uma condenação definitiva.

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Entre os detidos na operação desta terça-feira, está também o investigador Eduardo Monteiro, que atuou na equipe de Baena no DHPP, unidade responsável por apurar homicídios e latrocínios relacionados ao PCC.

Gritzbach delatou que foi extorquido pelos policiais do grupo, que exigiram R$ 11 milhões para retirar o nome do empresarário do ramo de imóveis das investigações sobre homicídios e tráfico de drogas, entre eles, a suspeita de ser o mandante do assassinato do traficante Anselmo Santa Fausta, 38 anos, integrante da cúpula do PCC. O crime teria sido motivado por desenvenças após prejuízo em investimentos feitos em parceria entre o empresário e o traficante.

A defesa dos policiais classificou as prisões como arbitrárias. “A defesa do delegado Fábio Baena e do investigador Eduardo Monteiro esclarece que as prisões são desnecessárias e ilegais, constituindo uma flagrante arbitrariedade”, afirma os advogados em nota.

Eles também alegam que Baena e Monteiro colaboraram com as investigações e criticaram a forma como as prisões foram conduzida. “Ambos compareceram espontaneamente para prestar depoimentos e nunca causaram embaraços às investigações. Denunciamos ainda que o delegado Baena não teve o direito de contatar seus advogados antes da prisão, reforçando a ilegalidade do ato. Todas as medidas estão sendo tomadas para cessar imediatamente a coação imposta”, critica a defesa.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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