O governo de São Paulo tem enfatizado a redução de crimes para defender o trabalho das polícias, marcadamente a Polícia Militar, que vem sendo alvo de críticas após casos recentes de supostos abusos terem vindo à tona no estado. Os dados da Secretaria da Segurança Pública paulista mostram queda nos índices de homicídio doloso, latrocínio, roubo e furto de veículos.
Entre janeiro e outubro, foram registradas 2.226 mortes intencionais em todo o estado, uma redução de 3,2% em relação às 2.153 do mesmo período do ano passado. Apenas no mês de outubro houve 208 homicídios, resultado que, de acordo com o governo de São Paulo, é a segunda menor marca desde o início da série histórica, que começou a ser registrada no ano de 2001.
A Grande São Paulo foi a região que teve a maior redução nos homicídios dolosos (com intenção de matar): 9,1%, passando de 407 para 370 casos no acumulado do ano — o menor número em 24 anos. Em outubro, foram 33 ocorrências do crime, a menor quantidade desde 2001. No interior paulista, foram registrados 1.302 homicídios no ano, 34 a menos que em 2023, representando queda de 2,5%.
Os casos de latrocínio também diminuíram em 2024 em São Paulo. Até outubro, houve 135 ocorrências de roubos seguidos de morte, 9% a menos que no mesmo período de 2023.
O acumulado de furto e roubo de veículos, um problema recorrente no estado, apresentou queda de 5% neste ano. A Secretaria da Segurança Pública atribui a redução ao uso de inteligência policial e à melhor distribuição do efetivo.
O secretário da pasta, Guilherme Derrite, também destacou a queda nos roubos e furtos, especialmente no centro da capital, área afetada pela cracolândia. “Trabalho sério, integrado e com inteligência. O resultado é prejuízo ao crime organizado. Nossos policiais seguem firmes em busca desses resultados”, afirmou o secretário.
Indicadores criminais do estado de São Paulo
Os dados oficiais divulgados pela Secretaria da Segurança Pública do esdtado de São Paulo destacam os seguintes resultados:
Homicídio doloso (com intenção de matar):
- Ano de 2023: 2.226
- Ano de 2024: 2.153
Redução de 3,2%
Latrocínio (roubo seguido de morte):
- Ano de 2023: 148
- Ano de 2024: 135
Redução de 8,7%
Roubo a banco:
- Ano de 2023: 8 (2023)
- Ano de 2024: 1 (2024)
Redução de 87,5%
Roubo e furto de veículos:
- Ano de 2023: 109.238
- Ano de 2024: 103.724
Redução de 5%
Redução de crimes é contraponto para violência policial em São Paulo
Além da própria pasta da Segurança Pública e do secretário Derrite, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), teve que responder publicamente a questionamentos sobre casos que ganharam repercussão popular por evidenciar possíveis abusos cometidos por policiais - como o do homem que foi arremessado de uma ponte após uma abordagem, um estudante morto com um tiro nas costas e de uma idosa e o filho dela agredidos.
De acordo com informações prestadas pela Segurança Pública de São Paulo, no último mês 45 policiais foram afastados de suas funções e dois foram presos. Durante agenda recente em Brasília, o governador de São Paulo foi questionado sobre a atuação de Derrite na pasta e ele respondeu: “Olhe os números. Você verá que ele está fazendo um bom trabalho”, afirmou.
Além de defender Derrite, Tarcísio reforçou o apoio à Polícia Militar. “A PM é uma instituição que preza pelo profissionalismo. Casos como o do homem jogado da ponte não representam a corporação. Serão investigados e punidos rigorosamente. Novas medidas serão anunciadas em breve”, disse o governador. Ele descartou mudanças no comando da pasta e convocou uma reunião com os comandantes da Polícia Militar para discutir ajustes.
Entre janeiro e novembro de 2024, 673 pessoas foram mortas por policiais militares, contra 460 nos 12 meses do ano passado, também de acordo com a secretaria. A pasta salienta que todos os casos são investigados. "Todos os casos de morte decorrente de intervenção policial que ocorrem em São Paulo são rigorosamente investigados pelas forças de segurança, com acompanhamento das respectivas Corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário", informou o órgão estadual.
Enquanto Derrite cumpria agenda em Brasília, o governador se reuniu com o comandante-geral da PM, coronel Cássio Araújo de Freitas; com o subcomandante-geral, coronel José Augusto Coutinho, e com o corregedor-geral, Fábio Sérgio do Amaral, para cobrar rigor no controle da tropa e evitar novos episódios de abuso.
Nos próximos dias, a cúpula da PM deve anunciar medidas disciplinares e um treinamento em massa para reforçar os protocolos da corporação. O coronel Cássio reconheceu excessos no caso do homem arremessado da ponte. “Tenho 34 anos de serviço e nunca vi algo assim. Os 13 policiais envolvidos terão direito de se explicar”, declarou logo após o caso o comandante-geral da PM.
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