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Em reunião do PL, Ricardo Salles ataca governador de São Paulo
Em reunião do PL, Ricardo Salles ataca governador de São Paulo.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) atacou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em discurso na reunião do partido em Brasília, nesta quinta-feira (6). “Ninguém autorizou o Tarcísio a negociar os votos dos parlamentares do PL. O estado de São Paulo não é um governo de direita. Não seremos governados por alguém que se diz de direita e não é, chega! Acabou”, disparou Salles.

“Eu posso ter pavio curto, mas sou leal ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Tem gente travestida de direita, mas faz média com a esquerda. É muito mais fácil fazer ponte, estrada e rodovia, do que combater o campo ideológica da esquerda nos ministérios do Meio Ambiente e da Educação”.  

Deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), que foi ovacionado no fim do discurso.

Em entrevista exclusiva para Gazeta do Povo na manhã desta sexta-feira (7), Ricardo Salles respondeu com indignação à reforma tributária, criticou a gestão Tarcísio à frente do estado de São Paulo e, por fim, voltou a falar de uma possível candidatura para a prefeitura da capital paulista no ano que vem.

Discussão sobre reforma tributária foi atropelada, avalia Salles

O parlamentar ressaltou a importância da reforma tributária para o país, mas criticou a maneira como o processo foi conduzido. “A reforma tributária é necessária, ninguém discute a importância dela. Mas não pode a Câmara dos Deputados votar uma matéria dessa relevância em 24 horas. A reforma foi desenhada para beneficiar a indústria. O agronegócio, o setor imobiliário e serviços não estão contempladas no projeto. São só alguns exemplos. Não houve desoneração da folha de pagamento, esse era o item mais importante da reforma”, apontou Salles.

Questionado sobre os parlamentares do PL que votaram a favor da reforma, indo contra a orientação de Bolsonaro, Salles afirmou: “isso mostra o poder do governo usando os mais diversos expedientes. Mesmo aqueles deputados que se dizem de direita e oposição votaram sim. Os parlamentares de todos os partidos têm liberdade e opinião própria. Existem dois tipos: aqueles que acreditam ser melhor ter essa reforma do que não ter nenhuma e outros que fizeram a vontade do governo pois foram beneficiados com verbas, emendas e cargos”.

“Não é coincidência no dia que se vai votar a reforma tributária o governo ter liberado bilhões de reais. Muitos dos parlamentares que estão se colocando como oposição não são”.

Deputado federal Ricardo Salles (PL-SP)

O ex-ministro do Meio Ambiente não gostou da interferência do governador de São Paulo nos parlamentares do PL. “O Tarcísio tinha uma preocupação de que o Brasil não perdesse essa chance da reforma tributária, isso é compartilhado por todos nós. Mas quando ele disse na reunião que quem não achasse importante não era para votar, foi leviano da parte dele. Ninguém ali foi contra o conceito da reforma. Ele tentou se desenhar como um defensor do correto e nós éramos um bando de radicais que não pensam no Brasil. Estávamos defendendo mais tempo para discutir o projeto. Não houve tempo suficiente”.

“Tarcísio se colocou como pai da reforma. Ele queria fazer com o PL o que fez com o Republicanos: colocar a reforma goela a baixo”.

Deputado federal Ricardo Salles (PL-SP)

Na votação da reforma tributária, 20 parlamentares do Partido Liberal foram favoráveis ao texto, indo contra a orientação de Jair Bolsonaro (PL), que pediu união ao partido pouco antes da votação. Já no Republicanos, sigla do governador de São Paulo, dos 41 deputados apenas 3 votaram contra a reforma.

Avaliação do governo Tarcísio

Também à Gazeta do Povo, Salles criticou a composição do secretariado em São Paulo. “O governo de SP está indo bem em alguns aspectos, porém faz concessões para a esquerda contrariando os princípios da direita. Basta ver a composição das secretarias de Educação e da Cultura. A pasta de Segurança Pública está indo bem, é a única que tem um secretário de direita, Guilherme Derrite (PL). O secretário de governo do Tarcísio, o Gilberto Kassab (PSD), fez campanha para o Lula (PT). Ele é o líder do PSD que é base do governo no Congresso. Tem coisas boas no governo Tarcísio. Mas outro exemplo, é a Secretaria de Cultura financiando pautas de esquerda”, criticou Salles.

“Tarcísio disse não ser um bolsonarista raiz e também não é um conservador raiz. Aliás, como a maioria dos militares não são. O Tarcísio tem uma série de medidas em São Paulo bem progressistas. Ele tem claramente uma dificuldade de se aproximar das pessoas de direita, embora ele queria esses votos”, afirmou.

Ricardo Salles na eleição 2024

Questionado se vai concorrer à prefeitura da capital paulista, Salles não descartou a possibilidade. “Vamos ver mais para frente. Hoje não sou candidato. A decisão do Partido Liberal é apoiar o atual prefeito de São Paulo que, para mim, é uma decisão totalmente equivocada. Quando o PL perceber que o Ricardo Nunes (MDB) é fraco, péssimo prefeito e não é de direita, caso tenham interesse no meu nome, eu posso sair candidato. Hoje não estou trabalhando para isso”, respondeu.

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