Sobre trilhos: o avanço em mobilidade que SP pretende fazer entre a capital e Campinas

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O projeto que liga a capital paulista à principal cidade do interior do estado começou a dar os primeiros passos. O governo de São Paulo publicou, há duas semanas, o edital contendo as regras prévias para que uma proposta de PPP (Parceria Público-Privada) seja aceita a concorrer pela obra do Eixo Norte do Trem Intercidades (TIC), que ligará São Paulo a Campinas. A estimativa é que o trem beneficie cerca de 15 milhões de passageiros.

A iniciativa do governo estadual pretende dinamizar a interação entre as duas maiores regiões metropolitanas de São Paulo, aumentando a arrecadação e empreendimentos na capital paulista e em Campinas. O valor estimado da obra é de R$ 12,8 bilhões.

É a busca pelo avanço na mobilidade urbana, tendo em vista que o trajeto expresso entre as duas cidades, com apenas uma parada em Jundiaí, deve ser feito em aproximadamente uma hora. Da capital paulista, a saída será da estação Barra Funda, localizada na zona oeste. Pela Rodovia dos Bandeirantes, o trajeto de carro leva em torno de 1h15.

Além da opção expressa (TIC), o governo tem a intenção de ofertar o Trem Intermetropolitano (TIM), que sairá da cidade de Jundiaí e também terá como destino Campinas, com paradas nas estações construídas em Louveira, Vinhedo e Valinhos, todas no interior do estado.

“Hoje não há uma alternativa de transporte sobre trilhos para a região metropolitana de Campinas passando pela região metropolitana de Jundiaí. Nós estamos falando de uma obra que vai gerar 10,5 mil empregos diretos e indiretos. Quando concluída, em 2030, 2031, cerca de 600 mil passageiros serão transportados por dia”, projeta o secretário-executivo da Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), André Ísper.

Além de implementar dois ramais novos (TIC e TIM), o governo planeja uma revitalização da Linha 7-Rubi, que atualmente é operada pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e interliga as estações Barra Funda e Jundiaí, com outras paradas na capital paulista e nas cidades da região metropolitana. De acordo com o que foi anunciado, a tarifa da linha 7 não será alterada, seguindo a política tarifária do estado. As passagens para o trem expresso (TIC) custarão em torno de R$ 64.

A Secretaria dos Transportes Metropolitanos informa que estão em andamento obras em cinco linhas de Metrô e da CPTM, além da extensão do VLT na Baixada Santista e do BRT no ABC paulista. Além dessas, há obras nas linhas 4-Amarela, 5-Lilás e 6-Laranja, que atualmente são concessões.

O diretor de operações do Instituto Cordial, Luis Fernando Villaça Meyer, avalia que o aumento da malha ferroviária dentro do município e a implantação de trens entre cidades pode impulsionar o fluxo de pessoas e de cargas. “O eixo São Paulo-Campinas conecta dois importantes pólos econômicos do estado e do país. Uma ligação ferroviária direta entre essas cidades contribui para promover a integração econômica estadual”, afirma.

Próximos passos do trem intercidades

A partir da publicação do edital, as empresas interessadas têm 240 dias para enviarem as propostas, que serão avaliadas no leilão final, previsto para ocorrer entre novembro e dezembro. A estimativa do governo de São Paulo é que as obras se iniciem no começo do próximo ano, com o TIM começando a operar entre 2029-2030 e o TIC em 2033.

O próximo alvo de estudos do governo de São Paulo é a interligação entre a capital paulista e Sorocaba, constituindo o Eixo Oeste do TIC.