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Nova Raposo: Tarcísio avança com leilão de rodovia estratégica
Governador Tarcísio bate o martelo em leilão na B3: Projeto Nova Raposo recebeu quatro propostas e foi arrematado por R$ 2,19 bilhões| Foto: Marcelo Aparecido Silva Camargo/ Divulgação Governo do Estado de São Paulo

O projeto Nova Raposo, com extensão de 92 quilômetros de rodovia, foi leiloado nesta quinta-feira (28), na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. O leilão foi vencido pela EcoRodovias, que arrematou o ativo por uma outorga fixa de R$ 2,19 bilhão.

A outorga fixa, definida como valor mínimo a ser pago pelo vencedor, era de R$ 4,6 milhões e a proposta vencedora ultrapassou o valor mínimo em 47.117,67%. Quatro grupos disputaram a administração do trecho, incluindo Via Appia, EPR, EcoRodovias e CCR.

A Via Appia ofertou 477,48 milhões pelo ativo, enquanto a CCR fez um lance de R$ 1,4 bilhão. A EPR, por sua vez, ofertou R$ 1,17 bilhão e a EcoRodovias ganhou o leilão com a proposta de R$ 2,19 bilhões.

A concessão marcou o encerramento da Maratona de Leilões 2024, promovida pelo governo de São Paulo.

Leilão da Nova Raposo tem projeto que visa separar rodovia de tráfego local e de longa distância

Com um prazo de 30 anos e investimento estimado em R$ 7,9 bilhões, o projeto inclui 43 quilômetros de marginais contínuas no trecho mais movimentado da rodovia Raposo Tavares entre São Paulo e Cotia, além de duplicações, inclusão de faixas adicionais e viadutos. Cerca de R$ 1,3 bilhão será destinado à segurança viária, enquanto R$ 432 milhões serão aplicados exclusivamente nas marginais.

O projeto inclui trechos das rodovias SP-280, SP-270 e SP-029, além de intervenções no trecho urbano entre Cotia e Embu das Artes, próximo ao Rodoanel Oeste. Municípios como Araçariguama, Barueri, Cotia, Itapevi, Jandira, Osasco, Santana de Parnaíba, São Paulo, Itapecerica da Serra e Embu das Artes serão beneficiados.

A Secretaria de Parcerias e Investimentos de São Paulo destacou que a reconfiguração da rodovia vai melhorar a fluidez e a segurança ao separar o tráfego local do tráfego de longa distância. Entre os benefícios prometidos estão novas passarelas, adequação de pontos de ônibus e a construção de ciclovias.

Nova Raposo terá novo sistema de cobrança de pedágio free flow

O sistema de cobrança de pedágios será implementado com tecnologia free flow, sem a necessidade de cabines. Estima-se que cinco pórticos serão instalados no trecho entre São Paulo e Cotia, com tarifas variando entre R$ 0,64 e R$ 1,54.

Outras cobranças estão previstas para trechos adjacentes, na Estrada da Roselândia (SP-029) e na Castello Branco, com valores que variam de R$ 0,75 a R$ 4,89. O governo de São Paulo afirma que o novo modelo de cobrança tornará os pagamentos mais justos, uma vez que serão proporcionais aos trechos percorridos pelos motoristas.

O governo Tarcísio garantiu ainda que os pedágios só serão cobrados após a entrega das principais obras, prevista para o oitavo ano de concessão.

Projeto sofreu modificações após pressão de ambientalistas e sociedade civil

Desde o anúncio, o projeto do leilão da Nova Raposo enfrenta resistência de associações de moradores e ambientalistas, que questionam os impactos socioambientais das obras. O movimento “Nova Raposo, Não!” organizou protestos em frente à sede da B3 durante o leilão, exigindo maior diálogo com a comunidade.

O quarteirão da B3 foi isolado por policiais com grades para afastar os manifestantes que carregavam cartazes contra a derrubada de árvores, a cobrança das tarifas de pedágios e as desapropriações necessárias à implementação do projeto da Nova Raposo.

Entre as modificações feitas no projeto original após as solicitações da sociedade civil, estão a retirada de uma ponte-viaduto que conectaria a Raposo Tavares ao bairro Alto de Pinheiros, sendo substituída por uma alça de acesso que ligará a Avenida Escola Politécnica e a Marginal Pinheiros.

A localização dos pontos de ônibus também foi remanejada e uma ciclovia de 25 km foi incluída no projeto. Há ainda novas alças de conexão que conectarão a avenida São Camilo com a Granja Viana, e a construção de pontes na região do Butantã.

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