O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está insatisfeito com os repasses do Governo Federal para a área da saúde. Ele defende que o estado precisa receber mais verbas do Sistema Único de Saúde (SUS), já que é considerado grande o fluxo de pacientes que buscam São Paulo para tratamentos e cirurgias. Tarcísio pretende enviar um projeto para à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em agosto, na tentativa de melhorar esse repasse.
A proposta é de criar uma tabela própria de pagamento (tabela SUS paulista) por procedimentos de saúde feitos na rede pública em todo o estado, com valores superiores aos da tabela do SUS, praticada pelo governo federal.
A ideia da equipe de saúde é melhorar a remuneração paga a prefeituras, santas casas e organizações sociais que fazem atendimentos de saúde em São Paulo. Com isso, o governo espera ajudar financeiramente os hospitais e permitir que eles ampliem o número de atendimentos, reduzindo as filas, que chegam a durar meses.
Segundo especialistas na área, o que o SUS paga por cirurgias, exames e outros serviços médicos não é suficiente para subsidiar os procedimentos. Isso acaba gerando um rombo financeiro nas contas dos hospitais.
O governador não deve ter dificuldade em aprovar o projeto na Alesp. Ele deve ser votado nas primeiras semanas de agosto, logo após o recesso. A base do governador na Casa é superior a 60 parlamentares e serão necessários 48 para a aprovação do projeto de lei.
Remuneração do SUS para hospitais e Santa Casas
De acordo com apuração da Gazeta do Povo, técnicos do governo estimam que a tabela SUS paulista poderá resultar em remunerações até cinco vezes maiores - dependendo do procedimento – comparado ao que é pago atualmente pelo governo federal. Por exemplo, o SUS nacional paga R$ 267 para o hospital realizar um parto e R$ 175,60 ao médico que trabalhou no procedimento. Nesse caso, o valor pago passaria a ser superior a R$ 1 mil, segundo a proposta.
Para o médico e diretor técnico do serviço de clínica geral do Hospital das Clínicas, Arnaldo Lichtenstein, essa nova tabela do SUS paulista não será suficiente para salvar os hospitais públicos do estado. “Paga-se muito pouco para o SUS de SP. Algumas consultas são menos de R$ 10. Procedimentos como a diálise, por exemplo, estão em crise, vai explodir em breve. Com aumento de repasses, não é garantia de melhora. Tem que ser um aumento contínuo. Além disso, precisa haver controle do bom destino das verbas”.
Para o médico com experiência em atendimento ao SUS, essa nova tabela não resolverá o caos da saúde pública em São Paulo.
“O gasto com saúde pública e privada é mais ou menos o mesmo, mas o SUS atende 80% da população. O privado gasta muito e mal e o público tem pouco e também gasta mal. Uma tabela própria paulista não vai resolver o prejuízo. E ele pode se tornar ainda maior”.
Arnaldo Lichtenstein, médico e diretor técnico do serviço de clínica geral do Hospital das Clínicas
Orçamento paralelo de Itaipu com eventos controversos provoca rombo milionário
“Rei do Lixo”: Como operava a organização suspeita de desvios bilionários de emendas
Perseguição a cristãos cresce no mundo em meio a ameaça extremista
Liberais que apoiaram Lula em 2022 manifestam desilusão e abandonam barco do PT
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF