O governo de São Paulo anunciou, no fim de semana, a retomada das obras da Linha 17-Ouro do Metrô, que ligará a região do aeroporto de Congonhas, na Zona Sul, ao bairro paulista do Morumbi. O monotrilho tinha previsão de entrega para a Copa do Mundo de 2014.
A obra, que começou em 2011, ultrapassa 12 anos de atraso do prazo inicial. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que, com a retomada das obras ainda em setembro, a perspectiva é que o monotrilho fique pronto em 2025. O planejamento prevê que a estrutura comece a funcionar no primeiro trimestre de 2026.
Após três cancelamentos de contratos, a nova empresa escolhida para dar continuidade às obras foi a Agis Construção S.A. O valor do contrato é de R$ 847 milhões — quantia corrigida pela inflação da oferta original, feita quatro anos atrás. A Agis Construção S.A. também participou do processo de licitação em 2019, por isso acabou sendo a escolhida.
De acordo com o Metrô, a decisão de escolher uma empresa que já preencheu todas as exigências prévias da licitação em 2019 e apenas precisava corrigir o valor foi a solução mais eficaz e de maior segurança jurídica. "Não é momento para qualquer celebração porque a sociedade aguarda esta entrega há uma década. É tempo de continuarmos adotando as medidas que a legislação exige, por meio de punição a eventuais condutas das empresas que não cumprem seu compromisso com a população, além de dar as condições necessárias para que a obra seja finalizada pela nova contratada. O conturbado histórico desta obra da Linha 17 exige mais trabalho e menos palavras", afirmou Júlio Castiglioni, presidente do Metrô, que assumiu o cargo em abril.
Segundo apuração da reportagem da Gazeta do Povo, o contrato com a nova empresa deve ser assinado na próxima segunda-feira (11). Depois disso, a companhia terá até 30 dias para começar a obra.
O contrato prevê execução dos trabalhos em até 18 meses. Com isso, as obras, por força do contrato, terão que ser entregues em abril de 2025. Segue-se então o período de testes. Os trens estão sendo produzidos na China e, segundo a gestão estadual, estão sendo acompanhados de perto por técnicos do governo paulista.
Histórico da obra do monotrilho paulista
- 2011: Início das obras com a construção de pilares e vigas.
- 2013: Início da construção das estações, divididas em lotes.
- 2016: Rescisão do contrato de dois lotes, por descumprimento de cronogramas. Outra empresa participante da licitação assumiu e prosseguiu até o encerramento do contrato.
- 2019: Consórcio responsável pela construção da via e fabricação de trens e sistemas paralisou as atividades, resultando na rescisão contratual.
- 2020: Em abril, após nova licitação, o Metrô contratou empresa para a fabricação de trens e sistemas, em contrato que segue em execução.
- 2020: Em novembro, por meio de outra licitação, foi contratado o Consórcio Monotrilho Ouro (CMO) para concluir sete de oito estações da Linha 17 (obra civil de Morumbi foi concluída), o Pátio e a via elevada.
- 2023: Em maio, o contrato com o CMO foi rescindido em decorrência de atrasos e descumprimentos contratuais. Metrô multou o consórcio em R$ 118 milhões.
- 2023 – Novo contrato de obras para conclusão da via, estações e pátio.
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