Rui Costa, ministro da Casa Civil, afirmou nesta terça-feira (25) que o túnel Santos-Guarujá está nos planos do novo Programa de Aceleração e Crescimento (PAC) do governo federal. O ministro ressaltou que a obra será financiada por uma Parceria Público-Privada (PPP).
O novo PAC tem sido tratado como uma das alavancas do governo Lula (PT), mas já foi adiado algumas vezes. A nova data prevista de lançamento do programa é dia 11 de agosto.
"O túnel Santos-Guarujá estará no PAC. Nós estamos dialogando com estado de São Paulo e com o ministro dos Portos e Aeroportos. Mas ela deve ser feita numa modelagem de PPP, utilizando inclusive recursos que o porto de Santos tem, porque isso vai ajudar muito na trafegabilidade do porto também, além evidentemente de melhorar mobilidade urbana", disse o ministro em entrevista à TV BandNews.
Preparado há décadas, o projeto do túnel Santos-Guarujá nunca saiu do papel. Diariamente 10 mil caminhões fazem um caminho de 45 quilômetros para ir de um lado para o outro. Nesse trecho passam cerca de um terço de todas as exportações e importações brasileiras, de acordo com dados da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A).
Costa reforçou que para viabilizar o projeto, o governo federal precisará de ajuda com recursos. A obra está cotada em R$ 5,8 bilhões. Já foi informado que haverá um pedágio para acessar o túnel, possivelmente com o mesmo valor cobrado pela balsa. Motos pagam R$ 6,20, automóveis R$ 12,30 e o valor é de até R$ 98,60 para caminhões. A obra também prevê uma linha de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e ciclovia ao lado da pista.
Em lados opostos na privatização do porto, França e Tarcísio buscam articulação com túnel Santos-Guarujá
Marcio França (PSB), ministro de Portos e Aeroportos, já deixou claro que é contra a privatização do porto de Santos. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é defensor da privatização. O assunto colocou os dois políticos em rota de colisão desde o início do mandato, mas agora França precisará dos recursos do governo paulista para viabilizar a obra do túnel Santos-Guarujá.
“Estamos modulando apenas se faremos na forma de PPP (parcerias público-privadas) e se o governo do estado pode ou não ajudar. Seria muito bom se o governador pudesse nos ajudar também. É uma obra federal porque está abaixo de um canal federal. O modelo que eu vi, na Bélgica, é possível ser feito em tempo recorde, porque podemos utilizar estruturas que já existem em alguns lugares do mundo e que estão ociosas”, explicou Márcio França na segunda-feira (25), em Santos, onde participou da cerimônia de reabertura do Museu do Porto.
Outra dificuldade para a construção da obra do túnel Santos-Guarujá é a realocação de uma comunidade em uma das entradas do porto de Santos. Em vídeo publicado no Twitter, França afirma que as famílias serão encaminhadas para casas populares e para isso será necessário um investimento de aproximadamente R$ 60 milhões.
Somente com recursos do governo federal, França sabe que não é o suficiente para financiar toda a obra, por isso precisará do apoio do governo estadual. Fontes próximas ao ministro afirmaram que ele irá para São Paulo no início de agosto para falar com o governador sobre o tema.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF