Em entrevista a Gazeta do Povo, o ex-presidente municipal do PSDB em São Paulo, Orlando Faria, que deixou o cargo há cerca de duas semanas para integrar a campanha da pré-candidata Tabata Amaral (PSB), afirmou que praticamente todos os vereadores da Câmara Municipal de São Paulo deixarão o partido tucano caso a sigla opte por não apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) nas próximas eleições municipais.
"Todos os vereadores falaram que vão sair, exceto o Xexéu [Tripoli]. Tem gente que vai para o PSD, para o União Brasil, MDB. Cada um vai para um canto e faz a sua conta de qual é a melhor chapa para ser eleito", disse Faria.
Empatado com o PT, o PSDB é o partido que mais possui vereadores na Câmara Municipal de São Paulo, totalizando oito nomes: Rute Costa, Beto do Social, Sandra Santana, Aurélio Nomura, Gilson Barreto, Fabio Riva, João Jorge e Xexéu Tripoli.
A Gazeta do Povo entrou em contato com todos os vereadores para confirmar a informação, mas apenas dois deles responderam até a publicação da reportagem. "Eu tenho compromisso com o Prefeito Ricardo Nunes em apoiá-lo", disse Aurélio Nomura, afirmando ainda que não tem "uma decisão tomada em relação à mudança partidária".
Já a assessoria de Tripoli afirmou que "a janela para a mudança de partido é entre março e abril e, até o momento, o vereador não possui intenção de mudar. Caso ele mude de decisão, avisaremos até o período indicado para a troca."
Fidelidade a Ricardo Nunes
Nas eleições municipais de 2020, o PSDB fez a coligação "Todos por São Paulo", formada por PSDB, MDB e oito partidos (PP/Pode/PSC/PL/Cidadania/DEM/PTC/PV/PSDB/Pros). A chapa formada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) e pelo vice Ricardo Nunes (MDB) venceu Guilherme Boulos (PSOL) com 59,38% do total dos votos válidos, contra 40,62%.
Agora, no entanto, o cenário mudou bastante dentro do PSDB e o partido está dividido sobre quem apoiará nas eleições. Há quem apoie uma candidatura própria - Andrea Matarazzo (PSD) é o principal nome ventilado -, quem apoie a reeleição de Ricardo Nunes e, ainda, quem defende o apoio a Tabata Amaral (PSB), como é o caso de Orlando Faria.
"Eles [os vereadores] já estão na base do governo [de Nunes] e já têm os seus espaços. Se o PSDB não apoiar o Ricardo Nunes e eles não saírem do partido, provavelmente eles perderiam espaço. Então talvez seja um jogo de sobrevivência", disse Faria.
De acordo com ele, apesar de integrantes do PSDB defenderem a reeleição de Nunes tanto no diretório municipal quanto nacional, há uma decisão nacional do partido para lançar candidato próprio. "Existe uma resolução publicada pelo executivo nacional de que cidades com mais de 100 mil eleitores devem ter um candidato próprio. Isso não é especulação, não é disputa política de grupos, isso foi votado pela executiva e está lá", disse ele.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Enquete: como o Brasil deve responder ao boicote de empresas francesas à carne do Mercosul?
“Esmeralda Bahia” será extraditada dos EUA ao Brasil após 9 anos de disputa
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião