Das 195 mortes confirmadas no Paraná por causa da gripe A H1N1, até 30 de agosto, em 120 casos as vítimas apresentavam também outros fatores de risco, o que representa 61% dos óbitos. Esses dados foram divulgados nessa quarta-feira (2) na segunda análise epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). No entanto, o último boletim epidemiológico da Sesa confirmou que o Paraná tem 202 mortes ocasionadas pela gripe A.

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As comorbidades que mais causaram mortes foram as doenças metabólicas crônicas - fator de risco apresentado por 33 pacientes que morreram em decorrência da gripe A - e o tabagismo, situação de 20 vítimas.

O infectologista Felipe Francisco Tuon, do Hospital Evangélico e do Hospital Pilar, que também é doutorando em Doenças Infecciosas pela Universidade de São Paulo (USP), explicou que se entende por doença metabólica crônica a obesidade, a hipertensão, além do aumento do colesterol, do diabetes e do triglicerídeo. O médico afirmou que, em geral, o paciente apresenta esses fatores associados e por isso faz parte do grupo de risco da nova gripe.

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De acordo com Tuon, a pessoa com obesidade apresenta dificuldade respiratória e também pode ter complicações cardiopulmonares. "Quando esse paciente precisa usar o respirador, apresenta maior dificuldade para deixá-lo, pois na maioria dos casos apresenta alterações pulmonares", afirmou.

Já com relação ao tabagismo, também há grande possibilidade do paciente ter doença pulmonar, principalmente enfisema pulmonar e bronquite crônica. "Essas doenças aumentam as chances de se ter pneumonia, o que agrava ainda mais o quadro clínico do paciente", disse o infectologista.

Entre os demais fatores de risco da gripe A que mais causaram mortes estão as doenças crônicas do coração e do pulmão, que - associados ao vírus H1N1 - causaram 14 óbitos cada uma.

Além disso, 14 vítimas eram gestantes, de acordo com os dados da Sesa. As grávidas fazem parte do grupo de risco porque o organismo delas prepara o sistema imunológico para instalação de um corpo estranho, ou seja, o bebê. Dessa forma, elas também podem ser contaminadas pelo vírus da nova gripe com mais facilidade, por causa da baixa imunidade.

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