Primeiro foi o teste do pezinho, exame feito a partir de sangue coletado do calcanhar do bebê, que permite identificar doenças graves, como o hipotireoidismo congênito, uma das causas mais frequentes de deficiência mental, além de doenças metabólicas e que afetam o sangue. Depois, os testes da orelhinha e do olhinho foram incorporados ao check list necessário para identificar precocemente doenças graves em recém-nascidos. O mais recente da lista é o teste do coraçãozinho – cujo nome científico é oximetria de pulso – que permite identificar precocemente se o bebê tem alguma doença grave no coração.
Dados Sociedade Brasileira de Pediatria mostram que cerca de 10 em cada mil recém-nascidos podem apresentar alguma malformação congênita e, entre esses, dois podem ter cardiopatias graves e precisar de intervenção médica urgente. O exame é realizado entre 24 e 48 horas depois do nascimento e é rápido e indolor. Um aparelho chamado oxímetro de pulso é colocado na mão direita e outro no pezinho do bebê e mede a oxigenação do sangue e os batimentos cardíacos e identifica doenças cardíacas graves. Caso a concentração de oxigênio no sangue seja inferior a 95%, o recém-nascido é encaminhado para avaliações mais detalhadas.
Prevenção
A pediatra Regina Vieira Cavalcanti da Silva, especialista em neonatalogia e pediatra do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), explica que o exame é importante para evitar que o bebê saia da maternidade sem saber se tem uma cardiopatia congênita. “Com o exame é possível detectar algumas doenças que podem causar problemas graves ou mesmo levar à morte. O diagnóstico e o tratamento ainda no começo da vida são fundamentais”, explica Regina.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o governo do estado investiu R$ 565 mil na aquisição dos oxímetros de pulso. Os 150 equipamentos foram distribuídos às maternidades da Rede Mãe Paranaense, que incorporaram o teste na rotina de exames do período pós-parto. No Paraná, o exame é regulamentado através de uma Lei Estadual de 2012.
Checape previne grupo de sete doenças
A pediatra Regina Vieira Cavalcanti, do Hospital de Clínicas da UFPR, explica que o teste do pezinho é um exame simples e quase indolor realizado através da coleta de gotas de sangue do calcanhar, que preenchem um papel filtro. Esse teste identifica um grupo de sete doenças. A fenilcetonúria e a deficiência de biotinidase podem levar à deficiência mental, enquanto as hemoglobinopatias causam anemia falciforme e fibrose cística, o mau funcionamento dos sistemas respiratório e digestivo. O hipotireoidismo congênito consiste na ausência de tiroxina, que é produzida pela tireoide e causa atraso no desenvolvimento neurológico do recém-nascido. A hiperplasia adrenal congênita é uma doença genética em que há alteração na produção hormonal da glândula adrenal que leva à deficiência de alguns hormônicos, como o cortisol e a aldosterona, responsáveis pela manutenção de glicose no sangue e pela conservação de água e sal do organismo. “Ao mesmo tempo, pode haver excesso de hormônios masculinos (androgênios – o que pode levar à alterações na formação dos órgãos genitais do feto do sexo feminino)”, alerta Regina.
A triagem auditiva neonatal, ou teste da orelhinha, identifica os problemas de audição e é um exame rápido e indolor. Geralmente realizado por fonoaudiólogos, colocando um pequeno fone na parte externa do ouvido do bebê. O fone gera estímulos sonoros, que mostra como o bebê reage aos sons.
O teste do olhinho, salienta a pediatra, é realizado pelo pediatra com o auxílio de um instrumento chamado oftalmoscópio, que é colocado a uma distância de, aproximadamente, 30 centímetros, e que projeta uma luz, permitindo observar o fundo do olho e identificar doenças oculares graves, como a catarata, glaucoma, infecções, traumas ao parto, entre outras. “O teste do olhinho é importante para o diagnóstico de retinobalstoma, um tipo de tumor que traz risco de perda visual e risco de morte”. (WB)
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