São Paulo - A Anvisa liberou nesta semana o medicamento bevacizumabe para o tratamento de pacientes com câncer de pulmão. Ele pode ser usado como auxiliar à quimioterapia e, segundo as pesquisas feitas, aumenta o tempo médio de vida de 10 para 12 meses. O câncer de pulmão é o mais comum no mundo. Por ano, cerca de 1,3 milhão de pessoas são diagnosticadas com a doença, que provoca 3 mil vítimas todos os dias.
O bevacizumabe é do tipo de medicamento contra o câncer chamado "terapia alvo": ele impede o crescimento dos vasos sanguíneos que fornecem nutrientes e oxigênio ao tumor, fundamentais para seu crescimento. A ideia é "matar o tumor de fome". "Consequentemente, isso ajuda a controlar os sintomas", diz o oncologista Artur Katz, do Hospital Sírio-Libanês.
Se não chega a "matar" o tumor, o bevacizumabe retarda o seu desenvolvimento, aumentando o tempo de vida dos pacientes. "Só com a quimioterapia, a expectativa de vida mediana (que exclui os extremos) é de dez meses. Junto com o medicamento, aumenta em dois meses." Pouco? "O aumento parece modesto, mas é a primeira vez que proporciona sobrevida superior a um ano." Katz diz que, há 20 anos, pessoas com câncer de pulmão não costumavam sobreviver seis meses após o diagnóstico. O bevacizumabe está sendo produzido pela Roche com o nome Avastin.