Exames
Confira os passos para o diagnóstico da morte encefálica:
> São feitos dois exames clínicos com intervalo mínimo de seis horas entre cada um, por médicos diferentes para avaliar os reflexos do paciente.
> Teste de apneia por 10 minutos para verificar a capacidade do paciente de respirar. Caso ainda esteja vivo, ao atingir um nível determinado de gás carbônico no organismo o paciente responderá retomando a respiração.
> Exames complementares para demonstrar ausência de atividade elétrica cerebral.
A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) está discutindo alterações nos critérios para o diagnóstico da morte encefálica no Brasil. A ideia é diminuir o tempo para que seja identificada a condição e com isso minimizar o sofrimento de familiares, melhorar o uso de recursos e aumentar as chances de doação de órgãos.
Cada país tem sua própria legislação no que diz respeito aos procedimentos e exames necessários para que seja diagnosticada a morte cerebral. No Brasil, desde 1997 (quando foi regulamentada a lei que dá ao Conselho Federal de Medicina a atribuição de definir esses critérios por meio de resolução), um paciente é diagnosticado com morte encefálica a partir de dois exames clínicos, um teste de apneia e exames complementares que podem variar de acordo com o hospital ou o caso do paciente. Os exames clínicos são feitos por dois médicos diferentes e com um intervalo mínimo de seis horas, o que faz com que todo o processo leve em média de 8 a 10 horas. Com as mudanças, que diminuiriam o intervalo entre os exames clínicos, esse tempo poderia ser reduzido para algo entre 4 e 6 horas. "É importante deixar claro que essa redução de tempo não torna o diagnóstico menos criterioso", ressalta a médica chefe da UTI do Hospital das Nações e representante do Paraná na Amib, Nazah Youssef. Segundo ela, há países em que é feito apenas um exame clínico. "Se no primeiro exame a morte encefálica é identificada, no segundo é realmente muito difícil que não se confirme", afirma. Nazah explica que quanto mais passa o tempo maior a degeneração natural do organismo e a chance de uma doação completa diminui. A proposta está em consulta no site da Amib, pelo qual podem participar profissionais intensivistas associados. Não há um prazo para que sejam feitas as colaborações. Depois de encerradas, a Amib ainda deverá elaborar um texto com a proposta e levá-la ao Ministério da Saúde.
Médicos
No fim do ano passado, a Câmara Técnica de Morte Encefálica do Conselho Federal de Medicina (CFM), entregou ao Ministério da Saúde um documento que reúne informações e orientações para facilitar o trabalho dos profissionais que atuam nas UTIs em relação ao suporte clínico a pacientes em risco de morte encefálica. O coordenador da Câmara Técnica de Morte Encefálica do Conselho Federal de Medicina, Gerson Zafalon Martins, reconhece a necessidade de reavaliar o protocolo, uma vez que desde 1997, quando foi instituído, houve avanços em tecnologias e medicamentos. No entanto, ele não confirma a intenção de reduzir o tempo entre os exames clínicos. "Estamos reavaliando o protocolo. Temos que nos adaptar aos avanços da medicina e por isso nos preocupamos em melhorar a aplicabilidade dos critérios para identificação da morte encefálica com o intuito de aumentar os diagnósticos. Para isso fizemos esse documento que orienta os profissionais", afirma.
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