No verão, cresce o número de acidentes com crianças em piscinas, lagos e rios. Segundo os dados mais recentes da ONG Criança Segura, os afogamentos são a segunda causa de morte entre crianças e adolescentes de 1 a 14 anos no Brasil: anualmente, quase 1,4 mil perdem a vida afogados. Além das medidas restritivas de acesso a esses locais, uma técnica promete fazer com que os pais fiquem mais seguros se porventura ocorrerem acidentes. Criado pelo doutor em psicologia norte-americano Harvey Barnett, o Infant Swim Resource (ISR) é um método de sobrevivência para crianças em quedas acidentais na água. A brasileira Fernanda Whitney, uma das instrutoras do método, divide seu tempo entre as aulas nos Estados Unidos, onde mora, e o Brasil. Confira a entrevista com ela:
Em que condições ocorrem os afogamentos infantis?
Enquanto as crianças brincam na água, os pais ficam atentos. O problema ocorre quando não estão na piscina e os pais se distraem por alguns momentos. Segundo estimativas de especialistas, uma criança se afoga em apenas 20 segundos. O pior é que o afogamento é silencioso, a criança cai na piscina, engole água e afunda em pouco tempo, o que pode ser fatal.
Como funciona a técnica ISR?
Na piscina, os bebês menores aprendem a virar o corpinho, boiar e esperar ajuda, enquanto os maiores combinam a técnica com a natação eles viram, boiam, descansam um pouco e em seguida nadam em busca da escadinha da piscina.
A partir de qual idade a criança pode treinar?
Meninos e meninas entre 6 meses e 6 anos. São seis semanas de aulas, cinco vezes por semana, com duração de dez minutos cada. Nos últimos dias do curso, as crianças fazem aula inclusive vestidos com roupas de verão e de inverno para simular uma situação real, já que, normalmente, as quedas na piscina acontecem em momentos inesperados, não quando a criança está com roupa de banho brincando com os pais.
Crianças que não sabem nadar podem fazer as aulas?
Sim, a técnica da natação em si não tem a ver com o método de sobrevivência. Se uma criança que sabe nadar cai na piscina de roupa, ela também pode se afogar, porque fica assustada e não sabe como agir. Mesmo as crianças que não sabem nadar podem aprender as técnicas de sobrevivência.
Quais outras formas de prevenir afogamentos?Cercar a piscina é uma forma muito importante de prevenção, pois quanto mais segurança, melhor. Mas nada substitui a vigilância constante dos pais.
Serviço:
As aulas de sobrevivência na água com a professora Fernanda Whitney vão até o fim de fevereiro. Em abril, a academia terá outro instrutor do método. Academia Gustavo Borges. Avenida Pedro Viriato Parigot de Souza, 85. Telefone (41) 3339-9600. Informações sobre as próximas aulas no Brasil: www.isrbrasil.com
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