Reposição
Para homens e mulheres, a reposição hormonal pode ser feita de diferentes formas e dosagens. Mas não esqueça, é necessário acompanhamento médico:
Injeção
Os hormônios são injetados na corrente sanguínea do paciente. Existem opções que funcionam por diferentes períodos. Algumas devem ser repetidas quinzenalmente, outras apenas trimestralmente.
Medicamento
Também integra as formas mais comuns na terapia de reposição hormonal. Existem vários medicamentos, em cápsulas, que estimulam a produção de hormônios nas glândulas e tecidos.
Adesivos
Outra forma comum de se aumentar o nível hormonal é de forma transcutânea, ou seja, por adesivos colados à pele, que devem ser trocados a cada semana (em média).
Fonte: Antônio Augusto de Arruda Silveira Júnior, geriatra e cardiologista do Instituto Lyon
Estrogênio faz elas ouvirem melhor
A cada dia novas relações entre os hormônios e seus impactos no organismo de homens e mulheres são encontradas. A mais recente veio de um estudo da universidade americana de Rochester, em Nova Iorque, divulgado há poucos meses, que aponta que o hormônio estradiol (um tipo de estrogênio) está diretamente relacionado à audição. Graças a ele, as mulheres, que têm maior concentração da substância, ouvem melhor do que os homens.
O estudo, que foi coordenado pelo neurocientista brasileiro Raphael Pinaud, confirmou que os homens ouvem ligeiramente menos do que as mulheres por terem menos estradiol no sangue. Além disso, foi apontado que durante o processo de menstruação, quando o nível de estrogênio tende a cair, as mulheres passam a ouvir menos. Por observação, o médico constatou também que mulheres que foram submetidas à extração do ovário e, por consequência, têm baixos níveis de hormônios sexuais, também tendem a ter mais problemas auditivos.
Mais do que mera curiosidade, a descoberta deve apontar novos caminhos para tratamentos de perda auditiva que não são causados por problemas do ouvido, e que podem ter relação com a má distribuição hormonal. Assim, problemas dessa categoria poderiam ser resolvidos com uma terapia de reposição.
O que para os homens era apenas uma questão de melhora de qualidade de vida, agora pode se tornar uma necessidade para a saúde. Novos estudos apontam que a reposição hormonal pode ser a saída para evitar ou pelo menos diminuir a chance de problemas como diabete, estresse e aumento do peso corporal em alguns homens. De acordo com teses recentemente divulgadas, a diminuição da produção de hormônios sexuais tem relação direta com essas complicações, que podem inclusive desencadear doenças cardiovasculares.
Geriatra e cardiologista do Instituto Lyon, de Curitiba, o médico Antônio Augusto de Arruda Silveira Junior diz que as descobertas apontam um novo caminho para as terapias que repõem hormônios. "Até o fim do ano passado não se falava em reposição hormonal como uma necessidade, porém os avanços nos estudos mostram que a baixa na testosterona tem ligação com o aumento do estresse e outros problemas", diz.
De acordo com estes estudos um deles coordenado por uma brasileira, a endocrinologista Ruth Clapauch, diretora da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, quando observados baixos níveis de testosterona, que é o principal hormônio sexual masculino, percebe-se também que o paciente tende a elevar os níveis de cortisol (um dos hormônios do estresse) no organismo. Da mesma forma, homens com baixa testosterona apresentavam com mais frequência aumento na circunferência abdominal e resistência à produção de insulina (que inibe a diabete).
A essa ligação, os médicos atribuíram o nome de síndrome metabólica. Embora ainda em fase de análise, essas novas questões podem, de acordo com o médico Silveira Junior, revolucionar a terapia de reposição hormonal, que hoje é utilizada quase em sua totalidade para a melhora da qualidade de vida do paciente.
Nos homens, a interrupção hormonal não é um caminho natural, como ocorre nas mulheres. Eles não deixam de produzir testosterona com a idade. O que acontece é a diminuição gradativa desta produção, mas sem cessar. Porém, nem todo homem tem esse problema, segundo Silveira Júnior. "Existem fatores que desencadeiam a baixa na produção", diz. "Entre eles estão o estresse, a obesidade, falta de atividades físicas, tabagismo, alcoolismo e problemas psicológicos."
Segundo o profissional, geralmente essas questões começam a influenciar a produção da testosterona a partir dos 40 anos de idade. "Mas existem homens com 38 anos, por exemplo, que podem ter um nível de hormônios bem abaixo do necessário. Se ele esteve exposto a fatores de risco, pode desenvolver isso mais cedo. Também existem pessoas com 75 anos com nível normal, que nem chegam a ter uma baixa na testosterona."
Sintomas
A testosterona tem ação quase semelhante à progesterona nas mulheres. Além de ser um hormônio sexual, desperta condições psicológicas, como bem-estar e disposição. Sua falta leva a problemas de ordem física, como perda de massa corporal e enfraquecimento dos ossos, e a transtornos depressivos. Neste último quesito, um dado surpreendente: "Os transtornos pela falta de hormônios nos homens podem ser até mais acentuados do que nas mulheres", afirma Silveira Júnior.
E como consequência aparecem ansiedade, perda de energia, falta de vigor físico e interesse sexual, problemas de ereção e irritabilidade. "Tudo isso se processa em uma região do cérebro chamada de sistema límbico. Quando a testosterona não chega a essa região é que começam a acontecer esses distúrbios", diz.
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