O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou nesta segunda-feira (28) acordo com a Fundação Bill & Melinda Gates para produzir pela primeira vez uma vacina dupla contra sarampo e rubéola exclusiva para exportação. A previsão é que o país exporte ao menos 30 milhões de doses da nova vacina nos próximos anos.
"Essa parceria vai abrir as portas para outros tipos de vacinas serem produzidas no Brasil - o que gera emprego e renda para o país", afirmou o ministro à imprensa durante o 9º Encontro Grand Challenges, num hotel na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
A produção da nova vacina é responsabilidade do laboratório Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio. O presidente do laboratório Artur Couto explica que a vacina será vendida com um preço mais baixo às Nações Unidas, que irão repassá-la a países em desenvolvimento da Ásia, Africa e América Latina.
"Teremos um investimento de R$ 1,6 bilhão do Ministério da Saúde para construção da fábrica de produção da vacina em Santa Cruz (zona oeste do Rio), além de R$16 milhões para pesquisa e inovação da vacina e outras que podem ocupar o mercado global e ainda tem investimento de US$ 1,5 milhão da Fundação Gates para apoio do desenvolvimento e da pesquisa clínica dessa vacina, que terá que ser testada em continente africano", disse Padilha.
Os testes começam em meados do ano que vem em quatro países africanos, entre eles Moçambique. Na ocasião, cerca de 30 mil profissionais, sendo a maioria brasileiros, irão participar do estudo clínico.De acordo com o Ministério da Saúde, o sarampo mata 158 mil pessoas por ano em todo o mundo e a rubéola provoca graves consequências para mulheres grávidas. Atualmente, apenas um laboratório indiano produz a vacina dupla.
Hoje, o Bio-Manguinhos produz somente a tríplice viral MMR (caxumba, sarampo e rubéola), utilizada nas campanhas de vacinação brasileiras. Segundo Padilha, o sarampo foi erradicado com a vacinação no Brasil em 2000 e a rubéola em 2009.
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