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Caso crítico

Distúrbio grave é mais raro

A comunidade médica aponta que apenas entre 8% a 10% das mulheres sofram da síndrome em seu formato mais grave. Nesses casos, ela é chamada de Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) e a paciente apresenta sintomas muito intensos, como explosões de raiva e crises graves de ansiedade. Quando está no período da TDPM, a mulher pode tomar atitudes que afetam de forma negativa sua vida profissional e pessoal.

A recomendação para esse tipo de síndrome é ajuda especializada, entre ginecologistas e até psiquiatras. Os profissionais inclusive podem receitar o uso contínuo de antidepressivos para tratar a síndrome. Contudo, isto não quer dizer que o uso de medicamentos seja obrigatório.

Relações amorosas

56% das mulheres ouvidas na pesquisa já tiveram problemas em seus relacionamentos por causa da TPM.

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A Tensão Pré-Menstrual, popularmente conhecida como TPM, é assunto comum entre homens e mulheres. O tema já foi tão estudado que hoje existem mais de 150 sintomas conhecidos relacionados à disfunção, que começa no meio do ciclo menstrual e desaparece na chegada da menstruação. No país, a síndrome é bastante conhecida e afeta ou já afetou pelo menos 80% das brasileiras, de acordo com estudo feito pela Universidade de Campinas (Unicamp). E tem mais: quem pensa que TPM é "frescura", deve saber que as queixas relacionadas a ela são maiores no Brasil em comparação à Europa e Estados Unidos.

INFOGRÁFICO: Confira dicas dos especialistas para lidar com os sintomas da TPM

O ginecologista Carlos Alberto Petta, coordenador da pesquisa, diz que o impacto da TPM nas atividades cotidianas é maior quando as mulheres apresentam os dois tipos de sintomas – físicos e emocionais. "Nestes casos, 56% mulheres ouvidas disseram que a TPM afeta as relações amorosas e 50,1% os relacionamentos familiares", afirma o ginecologista.

Entre os 150 sintomas desvendados, quatro deles se destacam e formam os tipos mais comuns da síndrome, segundo a comunidade médica: o tipo A, de ansiedade, quando a mulher fica nervosa, com oscilações de humor e dada a brigas; H, de retenção hídrica, caracterizada por seios doloridos, corpo inchado e ocorrência de dor de cabeça; C, de compulsão, em que surge a vontade incontrolável de ingerir doces, além de sinais como cansaço e cefaleia; e D, de depressão, em que a paciente fica chorosa mesmo sem ter nenhum motivo.

Segundo a ginecologista Mara Diegoli, coordenadora do Centro de Apoio à Mulher com Síndrome Pré-Menstrual do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo, os sintomas variam de pessoa para pessoa. A mesma mulher pode ter diferentes sintomas com intensidades variadas ao longo da vida. "Isto ocorre porque os sintomas dependem de vários fatores,entre eles a quantidade de estrogênio e progestogênio produzido naquele mês , a serotonina presente no período que antecede a menstruação e outros fatores que agem de forma direta ou indiretamente nos hormônios", diz.

Alteração hormonal é a principal causa

A comunidade médica aponta diversos agravantes para a TPM. O principal deles é a alteração hormonal. "Os hormônios produzidos pelos ovários atuam em diferentes partes do organismo, aumentando a retenção de água e alterando o nível dos neurotransmissores, portanto desencadeando a TPM", afirma a ginecologista Mara Diegoli, que também é autora do livro Vencendo a TPM (Editora Pioneira).

Além disso, alterações no nível da serotonina (responsável pelo humor e apetite), hereditariedade e até fatores externos, como dificuldades econômicas e pressões no dia a dia, são listadas como outras causas da TPM.

Sete em cada dez mulheres sofrem do tipo mais leve de TPM, que tende a melhorar apenas com a prática de exercícios físicos. Já para as que possuem TPM de nível moderado, além de exercícios físicos os médicos recomendam o uso da pílula anticoncepcional.

"O tratamento da TPM deve ser feito sempre que os sintomas estiverem interferindo no desempenho profissional, social e familiar da mulher", afirma a ginecologista.

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