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Urinar demais, ter muita sede, enjoos, falta de apetite e o intestino preso são alguns dos sinais de excesso de cálcio no organismo, a chamada hipercalcemia. Os sintomas aparecem lentamente. Em casos severos, o problema também acarreta fraqueza muscular, hipertensão e afeta o sistema neurológico, dificultando a concentração e causando confusão mental.

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O principal fator de desenvolvimento da doença é um tumor benigno em uma das quatro glândulas paratireoides, reguladoras do nível de cálcio no organismo, que passam a produzir mais paratormônio do que o normal. A segunda maior causa são os cânceres de pulmão e mama, que podem aumentar o nível de cálcio no sangue.

Menos de 5% dos casos de hipercalcemia são causados pela ingestão excessiva de leite e seus derivados. "Um paciente com excesso de cálcio geralmente tem algum outro problema que acarreta a doença, por isso o quadro de hipercalcemia é considerado um mal secundário a outras doenças", diz o endocrinologista do Hospital Nossa Senhora das Graças André Gustavo Vianna.

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Geralmente, a hipercalcemia acomete pessoas com mais de 40 anos e seu diagnóstico é confirmado por exames de sangue. Avali­ações de densitometria óssea, raio-x e até tomografia podem ser solicitadas para verificar complicações relacionadas ao problema.

"Com muito cálcio no sangue, o paciente também terá muito cálcio na urina, por isso os rins podem acumular a substância", explica o nefrologista e professor de medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e da Universidade Federal do Paraná, Maurício Carvalho. Em excesso no organismo, o cálcio circula pelo sangue e se deposita, ainda, na parede de outros órgãos como o coração e o cérebro.

Diante de sintomas leves, o tratamento da hipercalcemia é feito com medicamentos diuréticos. Já quando o nível de cálcio é muito elevado, o paciente recebe medicamentos injetáveis e soro. A glândula paratireoide causadora do problema pode ser extraída cirurgicamente. "O quadro é reversível. Durante um tratamento de câncer em estágio avançado os procedimentos são mais complicados. Quando acontece por disfunção das glândulas, o tratamento atua direto na causa e costuma resolver o problema", diz Vianna.