O Paraná confirmou nesta quarta-feira (10) que 25 pessoas foram contaminadas com o zika vírus no estado e também que houve aumento de 40% nos casos de dengue. Mais uma morte causada pela doença foi registrada - a primeira em Curitiba.
Confira a cobertura completa sobre o Aedes aegypti e as doenças ocasionadas pelo mosquito
INFOGRÁFICO: casos de dengue, zika e chikungunya no Paraná
De acordo com o novo boletim divulgado pela Secretaria do Estado de Saúde (Sesa), 11 casos do zika vírus são importados – ou seja, o paciente viajou para alguma região onde adquiriu a doença – e três pessoas foram contaminadas no próprios municípios. Dois casos são de Colorado, na região Noroeste do estado, e um de Londrina, no norte do Paraná. Além desses, outros 11 casos ainda estão sob investigação que determinará a origem da doença.
Sesa corrige números
Neste sábado (13), a Secretaria do Estado da Saúde (Sesa) divulgou uma correção nos dados divulgados na quarta-feira (10). Segundo a pasta, um erro de digitação fez com que o município de Rolândia entrasse na lista de cidades com epidemia de dengue. O dado inicial mostrava o registro de 376 casos da doença, quando na verdade eram apenas 23.
A reportagem foi corrigida nesta segunda-feira (15).
De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde, Cleide Oliveira, o combate ao mosquito Aedes aegypti e às doenças causadas por ele – dengue, chikungunya e a zika – deve ser intensificado nos próximos dias para eliminar tanto o mosquito quanto os criadouros. Nos locais onde os pacientes foram contaminados pelo zika vírus, a Sesa deve iniciar um bloqueio para impedir que mosquitos continuem contaminando a população. “O bloqueio é feito a partir da casa do paciente e começa-se um trabalho de eliminação de mosquitos em circulação e de locais com acúmulo de larvas e ovos do Aedes em um raio de 300 m. Essa medida ajuda a evitar que outras pessoas sejam contaminadas de uma forma muito rápida”, explica.
Ainda de acordo com Cleide Oliveira, a identificação dos casos de forma rápida ajuda no combate ao mosquito e evita que novas pessoas fiquem doentes. Para isso, a recomendação é de que o paciente que tenha qualquer um dos sintomas das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti procure uma unidade de saúde em busca de tratamento. “Sabendo se a pessoa está ou não contaminada, é possível atuar de forma localizada e impedir que o vírus se espalhe”, diz.
A superintendente da Sesa ainda alerta para os perigos que o zika representa para o estado. “O zika é um vírus que conhecemos pouco e o pouco que conhecemos é a sua capacidade de fazer mutações genéticas. Se isso se concretizar com o volume de infestação de mosquitos que o Paraná apresenta podemos estar comprometendo o futuro de uma geração”, alerta.
Dengue
Os casos confirmados de dengue no estado também deram um salto na última semana. Houve um aumento de 40%, chegando a 4.471 desde agosto de 2015. Mais uma morte por dengue foi confirmada. Trata-se de um senhor de 65 anos, morador de Curitiba, que teria contraído dengue no Paraguai. Ao todo, seis pessoas já morreram no Paraná em decorrência da doença (quatro em Paranaguá, uma em Foz do Iguaçu e uma na capital).
O boletim também mostra que o número de municípios com epidemia de dengue também aumentou - passou de 11 para 13 localidades. As cidades de Santa Terezinha de Itaipu e Tapira estão em situação epidêmica, assim como Rancho Alegre, Munhoz de Mello, Assaí, Paranaguá, Santo Antônio do Paraíso, Cambará, Santa Isabel do Ivaí, Itambaracá, Nova Aliança do Ivaí, Mamborê e Guaraci. Considera-se que há epidemia de dengue nos municípios com mais de 300 casos por 100 mil habitantes.
Mosquito adaptado
O mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, a chikungunya e o zika vírus, está cada vez mais adaptado ao Paraná e tempo quente e chuvoso favorece a reprodução do mosquito. O período de tempo em que a fêmea deposita os ovos no criadouro até a eclosão da larva é normalmente de 7 dias, mas, de acordo com a superintendente da Sesa, o ciclo de reprodução do Aedes está menor - tem durado, em média, 3 ou 4 dias. “O Aedes aegypti é um mosquito urbano e 60% dos criadouros estão dentro das residências. É preciso redobrar o cuidado para evitar que o mosquito continue se reproduzindo”, explica.
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