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Imunização contra o HPV dura cinco anos e é feita com três doses de vacina | Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
Imunização contra o HPV dura cinco anos e é feita com três doses de vacina| Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo

Exames forçam redução nos casos de câncer

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou um estudo que aponta o impacto da prevenção na incidência de câncer de colo de útero. De acordo com o documento Estimativa 2014, o acesso a exames preventivos é responsável pela boa notícia. As taxas de câncer de colo de útero na população feminina também caíram no Brasil, passando para risco de 15 casos em cada 100 mil habitantes. Com isso, essa variedade da doença deixa de ser a segunda mais prevalente entre as mulheres e troca de posição com o câncer colorretal, antes no terceiro lugar. Permanece como o mais frequente o câncer de mama.

De acordo com o Inca, a partir de agora, o país tem como desafio baixar as taxas de câncer de colo de útero na Região Norte, que tem a mais alta de taxa de prevalência no país, de 35 casos para 100 mil habitantes, na comparação com a média nacional, de 23,5 casos. A estimativa é de que 70% dos casos de câncer sejam decorrentes de maus hábitos, como o fumo, a falta de exercícios físicos, a alimentação e o excesso de bebida alcoólicas. As informações são da Agência Brasil.

A um mês do início da vacinação nacional contra o papilomavírus humano (HPV) para meninas de 11 a 13 anos, as controvérsias sobre a vacina permanecem. No Japão, as reclamações de duas mil pessoas fizeram o governo suspender a campanha pública de imunização. Nos Estados Unidos, mais de 200 famílias entraram com ações na Justiça e 49 casos receberam indenizações que somam R$ 49 milhões. As reclamações envolvem uma série de reações adversas, de dores até casos de morte, mas nenhuma foi comprovada cientificamente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) continua defendendo a imunização.

INFOGRÁFICO: Veja a importância da camisinha na prevenção contra o HPV

A vacina é eficiente contra o HPV, mas muitas pessoas acreditam que ela previne contra o câncer de útero. "As meninas que tomarem a vacina não devem pensar que estão protegidas contra o câncer de útero porque não é verdade. Esse tipo de câncer é multifatorial. O HPV é um dos fatores que causam a doença", alerta a ginecologista Rita Zanine, professora do Departamento de Tocoginecologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Segundo a ginecologista, fazer o papanicolau – exame de rotina que detecta precocemente diversas doenças da mulher – ainda é a melhor forma de prevenir o câncer de útero. "Essa é a nossa grande preocupação. Que as meninas deixem de fazer o papanicolau", afirma.

O HPV possui mais de cem tipos de vírus. Desse total, pelo menos 13 têm potencial para causar câncer. A vacina que será aplicada no Brasil protege contra quatro tipos de vírus – 6, 11, 16 e 18. Dois deles (16 e 18) respondem por 70% dos casos de câncer de colo de útero, segundo o Ministério da Saúde. Em 2011, 5.160 mulheres morreram em decorrência da doença.

Como funciona

A vacina – conhecida como quadrivalente – é ofertada em três doses que devem ser tomadas corretamente para completar a proteção. A segunda dose deverá ser aplicada seis meses depois da primeira, e a terceira, cinco anos após a primeira. "Tem que ter certeza que todas as meninas tomem todas as doses. Não adianta tomar só uma", destaca Rita.

Para receber a dose gratuitamente, é necessário apresentar o cartão de vacinação ou documento de identificação. No Paraná, são cerca de 260 mil meninas de 11 a 13 anos que deverão receber a imunização através do SUS. Na rede particular, cada dose custa cerca de R$ 300.

A previsão é que em 2015 a vacina seja ofertada a partir dos 9 anos de idade. A imunização é voltada para mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus.

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