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Acusado de ser um dos vilões de uma dieta saudável, o refrigerante pode ser consumido sem causar mal à saúde. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Durval Ribas Filho, o problema hoje com a bebida está no excesso de consumo, e não no produto em si.

"O que é o refrigerante? É água com corante e açúcar. Portanto, se a pessoa, ao invés de ingerir água, beber o refrigerante, estará consumindo água com açúcar, um componente energético à base de carboidratos. O grande problema está no consumo exagerado", explica.

Um copo de 200 ml de refrigerante contém aproximadamente 20g de açúcar, e a água compõe entre 87% e 99% da bebida. Ribas Filho lembra que a principal diferença entre as gerações atuais e a passada é a forma como o refrigerante é usado.

"Antes, o refrigerante era consumido, na maioria das vezes, no final de semana. Não havia o excesso", lembra.

O nutrólogo aponta que a quantidade ideal varia de acordo com a idade, com o peso corporal, com os costumes e com a alimentação do cotidiano dessa pessoa, ou seja, o consumo deve ser individualizado. E o refrigerante pode ajudar na hidratação, uma vez que o sabor incentiva a que as pessoas consumam mais líquido.

Defensor do consumo moderado da bebida, Ribas Filho também questiona pesquisas que indicam a presença de substâncias químicas danosas à saúde nos refrigerantes.

"Até hoje, absolutamente nenhum trabalho conseguiu mostrar ou provar que, na quantidade em que se deve ser consumido o refrigerante, o corante e o aromatizante seriam suficientes para favorecer o desenvolvimento de doenças", explica.

Uma pesquisa realizada com roedores sugeriu que o consumo de corantes presentes no refrigerante pode favorecer o aparecimento de tumores. No entanto, essas cobaias foram expostas a superdosagens equivalentes a três mil latas de refrigerante por dia.

Segundo ele, é preciso levar em consideração a presença do refrigerante na cultura da sociedade moderna e, ao invés de atacá-lo, descobrir formas de conviver saudavelmente com a bebida.

"O refrigerante já faz parte da nossa história há quatro gerações. Em vez de combatê-lo, é necessário investir na educação alimentar", defende o nutrólogo.

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