
Entre os especialistas da saúde existe um consenso: para se obter o melhor dos exercícios físicos, é preciso que eles sejam praticados com prazer. Talvez por isso uma atividade que muitas vezes passa incólume aos olhos dos entusiastas das atividades físicas tenha tantos seguidores fieis: a dança. Se o seu objetivo primário é a arte, não há como negar também os poderosos benefícios ao organismo.
E na lista de qualidades não faltam boas indicações. Ela serve para dar flexibilidade ao corpo, melhorar o condicionamento físico, queimar calorias, desenvolver a musculatura e estimular a circulação sanguínea. Para alguns, ela pode ir além: aumentar a autoestima e diminuir sintomas da depressão. E pouco importa o estilo escolhido. Das danças de salão às clássicas, todas têm seu benefícios.
Professora do curso de Dança da Faculdade de Artes do Paraná (FAP) e também fisioterapeuta especialista em reabilitação neurológica, Andrea Lucia Bertoldi defende a dança como expressão de arte. Mas não deixa de ressaltar seu poder aeróbico. "Qualquer atividade que mobiliza o corpo e trabalha a musculatura de forma equilibrada é um exercício. Pode ajudar a reduzir peso e a melhorar o condicionamento físico", diz.
E não para por aí. Ela ajuda até na recuperação em casos mais graves. "A dança influencia mais do que apenas o lado fisiológico. Tem atuação neurológica também. Em pessoas que perdem a mobilidade em alguma parte do corpo e precisam reaprender a usar o corpo de maneira diferente, ela vai melhorar a percepção de espaço. Os pacientes recuperam o domínio corporal mais facilmente."
Apesar da atuação ampla na saúde, é nas questões mais simples que ela atrai muito de seus praticantes. Quando o assunto é redução de peso ou uma simples melhoria da qualidade física as academias são a primeira opção, mas não a única. "Tenho muitos alunos que são médicos, alguns cardiologistas, e que optam pela dança como exercício", diz o dançarino Fabiano Matheus, que é professor e proprietário da escola Acerte o Passo.
E para atingir o resultado esperado, ele dá as dicas. Em uma hora, que é o tempo médio das aulas, há o trabalho de aquecimento, da dança propriamente dita e um processo de relaxamento pós-aula. "Quando o aluno chega na escola, já perguntamos o seu objetivo. Para quem quer perder peso indicamos um ritmo com mais movimentação, como forró e salsa. Se é uma pessoa de mais idade ou que procura em exercício moderado, o bolero é a melhor opção", explica.




