Grau de confiança é de 95%
A Paraná Pesquisas entrevistou 510 habitantes da capital paranaense durante os dias 2 e 5 de outubro.
A amostra do levantamento foi estratificada conforme a representação do município. A margem de erro da pesquisa é de 4,5% para mais ou para menos, com um grau de confiança de 95%. "O que quer dizer que, se fossem realizadas cem pesquisas com o mesmo procedimento operacional, em 95% dos casos encontraríamos os resultados corretos", explica o diretor do instituto, Murilo Hidalgo Lopes de Oliveira.
Entre os entrevistados, 52,7% são mulheres e 47,2% são homens. A amostra englobou cinco faixas etárias diferentes a partir dos 16 anos: 24% têm entre 25 e 34 anos e 23%, entre 45 e 59. A maioria, 44%, tem ensino médio completo, 36% terminou apenas o ensino fundamental, e 20% tem ensino superior completo.
Para que servem o fígado e os rins?
O levantamento encomendado pela Fundação Pró-Renal também revelou que muitos curitibanos não sabem qual a função de órgãos essenciais como o fígado (81%) e os rins (44%) e que a maioria não tem ideia de como se prevenir das doenças renais. "Muitos responderam que tomam bastante água e sucos naturais como forma de cuidar dos rins, mas, na verdade, a ingestão de líquidos não é a principal atitude que deve ser tomada para garantir a saúde renal. Além da água, os cuidados adequados com os rins devem incluir alimentação saudável e controle de doenças como diabete, hipertensão, inflamações e infecções", explica o nefrologista Miguel Riella, presidente da Fundação Pró-Renal.
Você sabe o que quer dizer TSH, T4, PSA e EAS? Ou por acaso entende como a alteração nos níveis de creatinina, albumina ou ureia pode afetar a sua saúde? Segundo um levantamento realizado pela Paraná Pesquisas, a pedido da Fundação Pró-Renal, a maioria dos curitibanos não sabe para que são realizados os exames de sangue e urina, usados para detectar alterações nos níveis de proteínas, hormônios e outras substâncias produzidas pelo organismo e que podem indicar diversos problemas.
Segundo o estudo, quase 90% dos curitibanos não entendem o que significam as alterações de TSH e creatinina. Outros 76% não entendem por que são realizados os exames de urina, e quase 70% desconhecem a importância de se fazer um hemograma.
Os dados também revelam que, embora 61% digam realizar exames médicos todos os anos, apenas 60% destes acertaram quando foram perguntados para que serve o exame de colesterol, um dos mais pedidos.
O hematologista Selmo Minucelli, do laboratório Frischmann Aisengart, diz que se surpreendeu com o fato de mais de 60% das pessoas responderem que vão ao médico fazer check-up. Ainda de acordo com a pesquisa, 77% dos entrevistados dizem ter passado pela consulta completa há menos de um ano. "Não acredito que esses números sejam condizentes com a realidade. Na minha opinião, não chega a 20% o número de curitibanos que fazem um check-up anualmente", afirma. O médico lembra que a maior parte dos curitibanos não tem plano de saúde e, por isso, não teria acesso à avaliação completa. "Até mesmo os exames de rotina são difíceis de serem agendados."
O diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo Lopes de Oliveira, explica que, como as perguntas eram respondidas de forma espontânea, por pessoas com diferentes graus de escolaridade, é provável que o termo check-up não tenha sido compreendido por todos da mesma maneira. "Muitos consideraram check-up a última consulta ou o último exame de laboratório que fizeram, o que justifica o número elevado", esclarece.
Quando perguntados sobre quais exames costumam realizar durante o check-up, percebe-se que muitos procedimentos importantes são negligenciados. Apenas 11% das mulheres responderam fazer o exame preventivo ginecológico periodicamente e só 4% citaram a mamografia. Já entre os homens, apenas 5% responderam ter realizado o exame de próstata durante a avaliação médica.
O engenheiro mecânico José Carlos Laurindo, 56 anos, foge à regra revelada pela pesquisa. Especializado em engenharia biomédica, sabe a importância de todas os exames e os realiza, religiosamente, todos os anos. "Faço check-up completo desde os 35 anos de idade e graças a esses cuidados, consegui superar um câncer de próstata", conta.
Falta de informação
Para o endocrinologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Cesar Luiz Boguszewski, a falta de conhecimento da maioria dos pacientes a respeito dos exames laboratoriais era esperada. "Tudo depende da relação estabelecida entre médico e paciente. Existem muitos médicos que não têm o costume de explicar os procedimentos aos pacientes. E também muitos pacientes que não se interessam em perguntar", explica.
Já Minucelli acredita que a maioria das pessoas deseja entender a importância desses exames, mas que a falta de tempo dedicada às consultas e a pouca escolaridade de pacientes de baixa renda dificultam a disseminação da informação. "As campanhas de saúde do governo deveriam ser contínuas, mas os médicos também precisam fazer a sua parte", acredita.
Segundo Boguszewski, embora os check-ups sejam importantes para a prevenção e o controle de doenças, a recomendação dos exames deve ser cautelosa. "Os exames são complementares e servem principalmente para confirmar o diagnóstico de doenças assintomáticas, como problemas na tireoide e disfunções renais. Nada substitui uma boa conversa com o seu médico."
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Interatividade
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