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Primeiro ela invadiu os cinemas. Agora, tende a ser o futuro dos aparelhos domésticos de tevê. No mundo da tecnologia não há dúvida de que a transmissão 3D (em três dimensões) veio para ficar. E com ela, um alerta: se você sente dores de cabeça, tonturas e náuseas toda vez que é exposto às imagens tridimensionais, fique atento. Pode ser sinal de algum distúrbio neurológico ou de visão.

Segundo médicos especialistas, são raros os casos de desconforto com as imagens 3D. Além disso, não devem ser motivos de preocupação caso ocorram apenas uma ou duas vezes. "Se a pessoa sentiu uma tontura ou dor de cabeça ao começar a ver um filme pode ser porque simplesmente não se acostumou com a nova apresentação das imagens. Isso tende a passar nas próximas exposições", diz o médico oftalmologista do Hospital Barigui, Pedro Piccoli.

O problema acontece quando os desconfortos tornam-se frequentes. Isso pode ser sintoma de um distúrbio mais sério, geralmente ligado ao sistema neurológico (como epilepsia) à visão (como estrabismo e outros desvios oculares) ou à labirintite. "Ao perceber essa sensibilidade frequente, a sugestão é de que a pessoa não consuma medicamentos para coibi-la, mas sim consulte um médico, que em princípio pode ser o clínico-geral", diz Piccoli.

Para quem já sabe que tem um distúrbio, a dica é ter cuidado e só utilizar os aparelhos 3D com orientação médica e quando estiver em boas condições de saúde. "As imagens mais intensas e a sensação real podem afetar o equilíbrio do indivíduo e, com isso, provocar as reações", diz o médico oftalmologista Marco Canto, da clínica que recebe seu nome.

Ambliopia

Para 3% da população mundial, o 3D não passa de um conceito longe de suas realidades. Eles são os portadores de um distúrbio ocular chamado de ambliopia, que tira parte da capacidade do cérebro de receber informação de um dos olhos. Para as imagens tridimensionais se formarem, elas precisam de estímulo cerebral vindo dos dois olhos. Embora tenha tratamento, a doença esbarra em uma séria barreira: só é curada se diagnosticada até os 7 anos de idade.

Para evitar o desenvolvimento da ambliopia, os oftalmologistas aconselham exames frequentes na infância. "O tratamento é usar tampão no olho de melhor visão. Com isso desenvolve-se melhor a captação de profundidade do outro olho", diz a médica oftalmologista Suellen Dalbonna, da Clínica de Olhos Dalbonna. "Alguns sinais também podem denunciar a existência da doença. Se a criança se aproxima demais para assistir televisão ou se fica enjoada sempre que vai a um cinema 3D, é hora de verificar se não está sendo afetada."

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