A presidente Dilma Rousseff deve receber governadores nesta terça-feira (8) para discutir o Plano de Enfrentamento à Microcefalia. De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, até 28 de novembro deste ano, já haviam sido notificados 1.248 casos da má-formação em bebês. A maior parte deles em estados do Nordeste e relacionados ao zika vírus.
O plano trabalha em três frentes: combate ao Aedes aegypti, atendimento às crianças diagnosticadas com a má-formação e às famílias e desenvolvimento de pesquisas e tecnologias para enfrentar essa nova situação. A intenção da reunião desta terça-feira é garantir que os gestores estaduais separem recursos para essas ações.
De acordo com a assessoria da Secretaria de Saúde do Paraná, a vice-governadora Cida Borghetti deve representar o Paraná na reunião. Na semana passada, o estado lançou um protocolo para a investigação, notificação e atendimento de casos suspeitos de microcefalia no estado. O protocolo prevê que todo caso de microcefalia fetal intraútero deverá ser considerado de alto risco e terá acompanhamento especializado no pré-natal. Em 2015, o Paraná já registrou quatro casos de microcefalia, número considerado dentro da média dos últimos anos. Nenhum desses casos teve relação com o zika vírus.
No último fim de semana, São Paulo registrou o primeiro caso de microcefalia relacionada ao Zika. O bebê nasceu em uma maternidade de Guarulhos há cerca de um mês e a mãe tem histórico de viagens para o Nordeste. De qualquer forma, a notificação aumenta ainda mais a pressão sobre as autoridades de saúde para impedir que o zika e o surto de microcefalia se espalhem pelo país.
A aposta do governo para fazer esse controle é justamente o Plano de Enfrentamento à Microcefalia, que foi lançado no último sábado (5) pela presidente. Dentro desse plano, está prevista uma campanha informativa para gestante e mulheres em idade fértil para tirar dúvidas sobre o zika e a microcefalia. Também será feito um reforço na campanha anual de combate ao mosquito Aedes aegypti.
O plano ainda prevê investimentos em pesquisas. Uma das necessidades é desenvolver um teste mais rápido, eficaz e barato para diagnosticar o zika. Hoje, o exame para identificar a doença só funciona se for feito nos primeiros cinco dias de sintomas. Como não existe um teste para detecção de anticorpos para o zika vírus, a confirmação da doença é feita por meio de um exame que busca a presença do material genético do vírus no sangue do paciente. Esse material fica mais difícil de ser detectado após a reação do sistema imunológico à doença.
Outra linha das pesquisas é descobrir como o zika vírus age no corpo da gestante a ponto de afetar a formação do sistema neurológico do bebê. Embora afirme que há uma relação entre o zika e o aumento no número de casos de microcefalia, o Ministério da Saúde ainda não sabe exatamente como vírus afeta a formação do feto.
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