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Weber Mori é um dos 11,2 mil doadores de Londrina | Gilberto Abelha/ Jornal de Londrina
Weber Mori é um dos 11,2 mil doadores de Londrina| Foto: Gilberto Abelha/ Jornal de Londrina

Mudança

Ministério da Saúde expande idade para doar

A idade para doar sangue aumentou de 67 para 69 anos, como já vem ocorrendo em países como França, Estados Unidos e Espanha. Em 2012, o Ministério da Saúde já havia reduzido de 18 para 16 anos a idade mínima para doação, desde que com autorização do responsável. Somadas, as duas medidas representam uma abertura para 8,7 milhões de novos voluntários.

Quem está interessado em doar sangue pela primeira vez precisa comparecer a um hemocentro com documento de identificação com foto. É preciso pesar mais de 50 quilos, ter boas condições de saúde e não ter ingerido substâncias gordurosas até quatro horas antes da doação. Os menores de idade precisam apresentar autorização do responsável. Antes de doar, todos passam por testes para doenças como hepatite B, hepatite C, HIV, sífilis e doença de Chagas.

O Sistema Único de Saúde (SUS) tem uma rede com 32 hemocentros e 368 regionais e núcleos de hemoterapia no país.

12 mil bolsas de sangue são coletadas por mês na rede pública do Paraná, com 1,98% da população do estado como doadora. Índice precisaria oscilar entre 3% e 5%. Hoje, somente em Curitiba, são necessárias diariamente 150 novas bolsas de sangue.

O Brasil comemora hoje o Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue com a tarefa de dobrar os índices de coleta no país. A taxa anual de voluntários que se dispõem a contribuir com a rede de hemocentros públicos e privados ainda não ultrapassa 1,8% da população, com uma média de 3,6 milhões de doações. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que o índice esteja entre 3% e 5% da população, para que os estoques nos bancos de sangue se mantenham regularizados.

INFOGRÁFICO: Nos últimos anos, número de coletas permanceu estável nos hemocentros

A dificuldade em aumentar o número de doadores também atinge outros países, principalmente os que ainda estão em processo de desenvolvimento. A OMS calcula que das 107 milhões de bolsas de sangue coletadas no mundo anualmente, 50% ainda venham de países desenvolvidos, onde vivem apenas 15% da população mundial.

Para o diretor da Associa­­ção Brasileira de Hema­­tologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), Dante Langhi Júnior, trata-se de um cenário que só pode ser modificado através de ações educativas permanentes. "Nos países desenvolvidos, as pessoas aprendem desde pequenas, na escola, que a doação de sangue é um ato de civilidade, de cidadania, independente se temos parentes ou não precisando de sangue. Precisamos mais de campanhas educativas do que campanhas para doação", opina.

No esquecimento

No Paraná, a situação não difere muito da média nacional. O diretor do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), Paulo Roberto Hatschbach, estima que 1,98% da população paranaense tem o hábito de doar sangue. Por mês, são colhidas 12 mil bolsas na rede pública – quantidade que ainda poderia ser superior, avalia. "Ocorre que a população não se lembra de doar sangue", diz ele.

Hatschbach afirma ainda que a captação de novos doadores precisa passar por um trabalho de conscientização. "Assim foi com o cinto de segurança, para que as pessoas passassem a usá-lo", compara. Hoje, somente em Curitiba, são necessárias diariamente 150 novas bolsas de sangue. "Mas não chegamos a mais de 100 por dia", comenta o diretor do Hemepar.

Segundo Hatschbach, apesar deste quadro, o nível dos estoques dos 22 bancos de sangue paranaenses está dentro do aceitável. A condição vem sendo garantida através de uma busca constante de novos e antigos voluntários. No caso dos homens, cada um pode doar até quatro vezes por ano, enquanto as mulheres, três vezes. "Nossa maior preocupação ainda é nos feriados prolongados e fim de ano, quando as doações diminuem", pontua.

Mitos ainda afastam voluntários

Apesar de ser um processo rápido e quase indolor, uma série de mitos ainda envolve o ato de doar sangue. Em Londrina, Norte do estado, a assistente social do Hemocentro ligado ao Hospital Universitário (HU), Eliana Aparecida Palu Rodrigues, relata que ainda há quem tenha receio de se tornar um doador – com medo de o sangue afinar ou engrossar. "As pessoas acham que vão passar mal ou que uma grande quantidade de sangue será retirada, mas não é nada disso", esclarece.

Passada a etapa do cadastro e da triagem clínica, a doação tende a levar em torno de 10 minutos. São retirados cerca de 450 ml, quantidade que pode atender até quatro pessoas. "Há casos ainda de pessoas que podem precisar de até 100 doadores, devido à necessidade de várias reposições. Por isso, toda doação é muito importante, independente do tipo de sangue", frisa a assistente social.

Em Londrina, cerca de 700 doadores comparecem ao hemocentro local no máximo de vezes permitidas ao ano para cada sexo. Outros 2,5 mil voluntários doam duas vezes ao ano e cerca de 8 mil, uma vez por ano.

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