Há quem evite alimentos muitos salgados por medo dos efeitos negativos do sódio, elemento presente no sal e que, se consumido em excesso, pode causar hipertensão. Só que o componente faz parte de uma gama de alimentos muito maior e que inclui bolos, cereais, biscoitos, panetones, refrigerantes e o tão tradicional pão francês. Isso ocorre, como explica a nutricionista e professora da Faculdade Evangélica, Kettelin Argo, porque o sódio faz parte de ingredientes comuns na culinária, como conservantes (nitrito de sódio e nitrato de sódio), adoçantes (ciclamato de sódio e sacarina sódica), fermentos (bicarbonato de sódio) e realçadores de sabor (glutamato monossódico). Ou seja, para fazer uma massa de pão, bolo ou biscoito de qualidade, também é preciso de sódio.
O assunto preocupa a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No último dia 18 de novembro, a entidade divulgou uma pesquisa que aponta que a quantidade do componente nos alimentos industrializados é grande. O sódio nos doces, às vezes, não tem níveis significativos o problema é que os porcentuais somam-se a todos os outros alimentos que a pessoa ingere durante o dia, e muitas vezes ela se esquece deles. Tudo entra na conta total do sódio. Um adulto pode ingerir, no máximo, 2.400 mg de sódio por dia.
Um bom exemplo são os refrigerantes, que, mesmo sem ter quantidade significativa do mineral, apresentam bastante diferença entre as versões light e normal. De acordo com a pesquisa da Anvisa, os refrigerantes à base de cola têm uma média de 54 mg de sódio por litro, enquanto suas versões de baixa caloria tem 97 mg por litro. O mesmo acontece com os refrigerantes de guaraná são 81 mg de sódio por litro da versão normal contra 147 mg por litro na variação light. "Isso acontece por conta do ciclamato de sódio presente nas versões de baixa caloria dos refrigerantes", explica a engenheira de alimentos e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Cinthia Bittencourt Spricigo.
A Anvisa determinou a redução da concentração de dois adoçantes nas bebidas light: a sacarina e o ciclamato, principalmente pelo teor de sódio que estas substâncias agregam ao produto. "As empresas têm três anos para se adequarem à nova legislação. O prazo final para implementação das modificações termina em março de 2011", diz Kettelin Argo.
Alimentação infantil
A cena é tão comum nos filmes quanto na vida real: os cereais matinais figuram na lista dos preferidos das crianças e adolescentes. Mas é preciso estar atento aos níveis de sódio que o produto pode ter. A portaria 36/1998 da Anvisa regulamenta que, nos alimentos para crianças de até três anos, o mineral não exceda a quantia de 100 mg por 100 gramas do produto. Por isso, uma porção de 30 gramas de cereal de chocolate (uma tigelinha), que tem 192 mg de sódio, não é recomendada para esta faixa etária. "Uma criança de um a três anos deve consumir, por dia, no máximo 225 mg desse mineral ou seja, uma única porção de cereal equivale a quase 90% das suas necessidades diárias", explica a nutricionista Kettelin Argo. Para crianças um pouco mais velhas, que podem ingerir até 400 mg de sódio, a mesma porção representa mais de 50% das necessidades diárias.
Outro problema com relação às crianças é a quantidade ingerida de determinados produtos. Cada três biscoitos recheados de chocolate têm, em média, 89 mg de sódio. Se ela ingerir o pacote todo, ou seja, aproximadamente 165 g, estará ingerindo 490 mg do mineral.
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